Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Rui Moreira rejeita qualquer cerca sanitária no Porto e arrasa DGS

30 mar, 2020 - 15:17 • Redação

Autarquia do Porto deixa de reconhecer autoridade à diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

A+ / A-

Veja também:


O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, rejeita a possibilidade de ser imposta um cerco sanitário devido à pandemia de coronavírus, "que seria extemporâneo". A autarquia deixa de "reconhecer autoridade à diretora-geral da Saúde", Graça Freitas.

"A Câmara do Porto foi hoje surpreendida por uma inopinada e extemporânea referência por parte da senhora Diretora Geral da Saúde de que estaria a ser equacionado um cerco sanitário ao Porto", afirma Rui Moreira, em comunicado.

"Tal medida, absurda num momento em que a epidemia de COVID-19 se encontra generalizada na comunidade em toda a região e país, não foi pedida pela Câmara do Porto, não foi pedida pela Proteção Civil do Porto e não foi pedida pela Proteção Civil Distrital."

"Nenhuma destas instituições e nenhum dos seus responsáveis, incluindo o presidente da Câmara do Porto foi contactado, avisado ou consultado pela Direção Geral da Saúde", sublinha.

A autarquia refere que caso a medida “inútil e extemporânea” seja tomada, tornará “impossível o funcionamento de serviços básicos da cidade, como a limpeza urbana (cuja maior parte dos trabalhadores não reside na cidade), como a recolha de resíduos (cuja LIPOR fica fora da cidade), como o abastecimento e acessos a dois hospitais centrais (Santo António e São João) estariam postos em causa”.

Câmara do Porto “deixa de reconhecer autoridade" à diretora-geral da Saúde


O comunicado da autarquia deixa duras críticas à Direção-Geral da Saúde (DGS) e diz que a cerca seria baseada em informação sem fiabilidade.

“A Câmara do Porto não pode concordar com uma medida dessa natureza, baseada em estatísticas sem consistência científica ou fiabilidade, emitidas diariamente pela DGS e cujas variações demonstram a sua falta de credibilidade. Muito menos faz sentido isolar uma cidade quando à sua volta a situação epidemiológica nos concelhos limítrofes é em tudo igual.”

A autarquia liderada por Rui Moreira “deixa de reconhecer autoridade à senhora diretora-geral da Saúde [Graça Freitas], entendendo as suas declarações de hoje como um lapso seguramente provocado por cansaço”.

A imposição de uma cerca sanitária na região do Porto poderá ser decidida esta segunda-feira, afirma a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

A medida está a ser equacionada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e administração nacional de Saúde, referiu Graça Freitas em conferência de imprensa.

"Relativamente à cerca sanitária, está neste momento e provavelmente hoje será tomada uma decisão nesse sentido, a ser equaciona entre as autoridades de saúde regionais e nacionais e o Ministério da Saúde."
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Cidadao
    30 mar, 2020 Lisboa 20:23
    Quando é que este tipo se formou em Medicina? Acho que quando houve a mudança da hora, Rui Moreira adiantou demasiado o relógio, para aí uns valentes anos para a frente, em vez de apenas uma hora. Deve estar a julgar que já houve a Regionalização "dele", onde o Porto se declarou "independente" do País e que ele é o novo monarca do Porto e arredores, provavelmente substituindo o Pinto da Costa também à frente do F.C.P.. Só mesmo para ter tempo de antena. Ele há com cada um ...
  • José J Cruz Pinto
    30 mar, 2020 Ílhavo 17:42
    Mas vamos lá a saber (independentemente de poder ou nâo ser justificada a referida "cerca sanitária"): este Presidente de Câmara é agora também uma autoridade de Saúde Pública?! E se amanhã ele entender que no Porto também não pode haver estado de emergência, ninguém vai dizer nada?!

Destaques V+