05 abr, 2020 - 22:10 • Carlos Calaveiras
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A ministra da Saúde diz que "a evolução dos números que vemos nos últimos dias é um cenário encorajador”, mas que ainda “não é possível afastar cenários".
Em entrevista à RTP, Marta Temido lembra que os dados dos últimos dias devem “dar-nos ânimo a continuarmos a ser disciplinados e humildes”.
A governante reforça que Portugal ainda está “num contexto muito agressivo”, com centenas de mortos e milhares de infetados pelo novo coronavírus.
Mas, pode haver colapso do Serviço Nacional de Saúde? A ministra não foi taxativa como o primeiro-ministro António Costa, que garantiu, em entrevista à TVI, que não. Já Marta Temido respondeu: "O que garanto aos portugueses é que direi a verdade", deixando um grande elogio aos profissionais de saúde. "O trabalho deles é a nossa melhor segurança".
Sobre a polémica do uso ou não das máscaras, Marta Temido diz que o país está a seguir “em cada momento a evidência que está disponível" da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A OMS continua a dizer que "para qualquer tipo de pessoa sem sintomas, utilizar uma máscara de qualquer tipo não é recomendado".
Apesar disso, a ministra reconhece que, se for devidamente utilizada e "acompanhada de um conjunto de outras medidas", a máscara "pode ter um efeito protetor".
Temido já sugeriu o alargamento da máscara a outros setores, que não só profissionais de saúde e infetados, e, agora, não afasta o uso mais generalizado no futuro.
"A Direção Geral de Saúde (DGS) pediu ainda hoje um parecer ao coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Luta contra as Resistências Microbianas e esse parecer vai no sentido de equacionar o uso mais amplo das máscaras", referiu.
Quanto aos testes e ao seu número diário, a ministra da saúde confirmou que cada vez há mais capacidade para os realizar e deixa números: "Mais 100 mil testes realizados deste 1 de março" e 9 mil testes realizados a 1 de abril, "o maior número de testes até agora".
Já sobre o número de ventiladores, Marta Temido reafirma que havia 1142 antes da pandemia e que agora estão 1538 a caminho. Só este domingo chegaram 144 ventiladores.
Nesta entrevista à televisão pública, a ministra garantiu ainda que, se for necessário, chamará os privados. “É evidente que os ativaremos se necessário porque isso é da vida".
Sobre a eventual abertura das escolas, Temido não tem certezas: "Temos de tomar uma decisão ponderada. Não podemos hipotecar o futuro. Temos de atender aos riscos em presença e equilibrar os que precisamos de correr".
António Costa avançou a data de 4 de maio como data limite para uma abertura ainda “normal” do terceiro período, mas adiou uma resposta sobre isso.
Para lá da questão de saúde, que é prioritária, a ministra reconhece que "é difícil o equilíbrio" entre as medidas de contenção e a capacidade de a manter o país a funcionar.