06 abr, 2020 - 19:51 • Pedro Mesquita com redação e Lusa
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O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, confirma que 15 idosos do lar da Santa Casa da Misericórdia morreram depois de terem contraído a Covid-19, havendo ainda 99 utentes e funcionários infetados.
Em declarações à Lusa, o autarca referiu que dos 105 utentes do lar situado no Complexo Social da Moita, em Oliveirinha, 77 acusaram positivo para a covid-19, nos testes de despiste que ficaram concluídos na semana passada.
O autarca referiu ainda que 15 utentes que estavam infetados com o novo coronavírus morreram nos últimos dias. Há ainda 22 funcionários que também estão infetados e oito que tiveram um resultado negativo.
O lar da Misericórdia aveirense é até ao momento o caso mais grave registado no município, mas Ribau Esteves diz que a instituição tomou todas as medidas necessárias, com a criação de "uma ala de positivos, com equipas e circuitos autónomos”.
A grande maioria dos doentes do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro que estão infetados com Covid-19 continuam nas instalações, em local isolado, separados dos restantes utentes. “Estão devidamente isolados, seguindo as instruções das autoridades de saúde, que nos tem acompanhado diariamente”, disse esta terça-feira à Renascença o provedor da Misericórdia de Aveiro.
Já em declarações à Renascença, o presidente da Câmara deixou ainda um “grito de alerta”, afirmando que há lares à espera da execução de testes de despiste à Covid-19 que estavam planificados e que não foi possível realizar, porque não há zaragatoas para recolher amostras para irem para o laboratório.
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"Nós tínhamos dois lares preparados para fazerem recolha de testes e, depois de tudo planeado, chegou a notícia que tinham de se adiar os testes porque entrou em rutura o stock de zaragatoas do nosso hospital. E porquê? Porque há quase 15 dias está para chegar o tal camião carregado de zaragatoas para o nosso hospital, que foi usando o stock e esgotou-o e hoje teve que adiar os testes".
Ribau Esteves deixa "grito de alerta" ao Ministério da Saúde que, "em termos de operação logística tem trabalhado muito mal", e que, de facto, "haja um trabalho de qualidade a este nível". "Temos de agir de forma mais rápida nos lares", reforçou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).
Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
[notícia atualizada às 16h05, de terça-feira, 7 de abril]