09 abr, 2020 - 12:31 • Inês Braga Sampaio
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O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) vai avançar, no final de abril ou no início de maio, com um teste-piloto de avaliação da imunidade da população portuguesa ao novo coronavírus.
A revelação foi feita pelo presidente do conselho diretivo do INSA, Fernando Almeida, esta quinta-feira, na conferência de imprensa de atualização da situação da pandemia de Covid-19 em Portugal.
"Nós prevemos que, no final do mês de abril ou na primeira semana de maio, se arranque este inquérito-piloto, para uma população de 1.700 pessoas, para perceber as primeiras proporções de imunização, como funcionam os testes e a logística que será necessária. Mais para a frente, quando for admissível que a população tenha níveis de imunidade mais elevados, iremos fazer, naturalmente, um grande inquérito à população. Temos de perceber a oportunidade de aplicação e implementação destes testes e vamos fazê-lo logo que a curva epidemiológica o aconselhe", anunciou.
Fernando Almeida salientou que o que está em questão "não é a credibilidade do teste ou a sua mais-valia, sensibilidade ou especificidade", mas sim "a oportunidade de fazer o teste".
Nesse sentido, "é discutível que se possa fazer agora testes em massa para detetar anticorpos, quando se sabe que o número de pessoas que desenvolveram anticorpos em Portugal ainda é relativamente pequeno".
O Presidente da República fez um teste sorológico e soube que não estava, ainda, imunizado. Confrontado com esse facto, Fernando Almeida salientou que estes testes "não servem para fazer um diagnóstico de infeção" - teste esse que Marcelo Rebelo de Sousa já fizera anteriormente -, mas sim para medir a "capacidade que o organismo tem de criar defesas através de anticorpos".
"Ou seja, se a pessoa já teve ou não teve e se está eventualmente imunizada. Esse assunto está ainda em análise, saber se a imunidade é duradoura", sublinhou o presidente do conselho diretivo do ISNA.
Nesse caso, qual foi a pertinência de Marcelo ter feito esse teste? Fernando Almeida preferiu "fintar" a pergunta: "Naturalmente, não me vou pronunciar sobre as decisões do Presidente da República."
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