10 abr, 2020 - 13:22 • Inês Braga Sampaio
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Os doentes crónicos, que têm de se deslocar aos hospitais para ir buscar medicação, já não terão de fazê-lo durante a pandemia do coronavírus. O presidente do Infarmed, Rui Ivo, anunciou, esta sexta-feira, que está articulado um sistema, entre as farmácias hospitalares e comunitárias, que permitirá levar os medicamentos ao domicílio dos pacientes.
"Quanto aos doentes crónicos que acedem à medicação nos hospitais, permitimos que possa ser entregue em casa dos doentes. Utilizando já os mecanismos que já estão a funcionar nalguns hospitais, mas também permitindo que haja uma articulação entre as farmácias hospitalares e as farmácias comunitárias, para que a farmácia comunitária possa ser uma frente avançada, uma alavanca para facilitar a entrega desses medicamentos", explicou Rui Ivo, em conferência de imprensa.
O presidente do Infarmed realçou que esta medida irá "facilitar que os doentes não tenham interrupções de terapêuticas, particularmente neste período em que devem estar em casa e que o Sistema Nacional de Saúde possa chegar a eles e apoiá-los de forma muito objetiva".
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Também no acesso a receitas e medicamentos há mudanças, conforme foi anunciado pelo presidente do Infarmed, esta sexta-feira.
"Possibilitámos que a renovação de receitas renováveis seja feita pela mesma receita, sem necessidade de qualquer outra formalidade Também haverá alguma flexibilidade na dispensa de medicamentos quando pode não estar disponível um determinado medicamento. Refiro-me concretamente aos casos da continuidade terapêutica", explicou Rui Ivo.
Rui Ivo revelou que o Infarmed solicitou à indústria farmacêutica que procurasse reforçar a produção de certos fármacos, "no sentido de reforçar o 'stock' dos medicamentos mais utilizados em 20%".
Também foram feitos esforços no sentido de municiar a reserva estratégica, "algumas quantidades adicionais que estão armazenadas a nível central para situações que possam surgir, ainda que com cautelas".
"Refiro-me à hidroxicloroquina e à associação de dois antiretrovirais, o lopinavir e o ritonavir. Esses dois medicamentos estamos, até, a disponibilizá-los de forma centralizada, em função das necessidades que nos vão sinalizando os hospitais, nomeadamente os que estão a tratar os casos mais graves, mediante sempre situações individuais, porque estamos a falar de medicamentos que não estão aprovados para as indicações [da Direção-Geral de Saúde]. Portanto, terá de ser sempre o médico que toma essa iniciativa", frisou o presidente do Infarmed.
Esta sexta-feira, o número de casos confirmados do novo coronavírus, em Portugal, disparou em 1.516, para um total de 15.472. A Covid-19 já matou 435 pessoas, segundo a atualização da Direção-Geral de Saúde.