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Covid-19. Câmara de Espinho desafia ordem do Governo e continua a informar a população

11 abr, 2020 - 12:00 • Sandra Afonso

Espinho recusa “lápis azul” do governo e promete continuar a divulgar números da covid-19. A Comissão Municipal de Proteção Civil, dirigida por inerência do cargo pelo presidente da Câmara, indicava na sexta-feira à noite 48 casos de infeção por covid-19 no concelho, enquanto a DGS se ficava pelos 37.

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A Câmara de Espinho anunciou este sábado que não prescindirá do direito de informar diariamente a população sobre a evolução epidemiológica local da pandemia da covid-19, apesar das instruções em contrário por parte do Ministério da Saúde.

O presidente da Câmara garante que não está sozinho. Joaquim Pinto Moreira não aceita as instruções do Ministério da Saúde, que proibiu, na sexta-feira, os delegados de saúde pública de cada município de divulgarem as estatísticas locais diárias. Sem estes dados, os autarcas ficam limitados aos números da Direção-Geral da Saúde (DGS), “que para além de serem parciais, não são fiáveis”, diz.

À Renascença, o autarca de Espinho diz que “é absolutamente inaceitável” recusarem o acesso aos números locais. “Parece que voltamos ao tempo do lápis azul da censura e isso não podemos aceitar”. Além disso, “tem uma implicação directa no território, impede de fazer o acompanhamento epidemiológico e de implementar as medidas adequadas.”

Joaquim Pinto Moreira dá como exemplo os dados de ontem para Espinho, em que a informação local apontava para 48 infectados, enquanto a DGS ainda só contabilizava 37. O autarca lembra que têm de actuar “com base em informação real e não com premissas erradas. Os dados reais são reportados pelos delegados de saúde, era este o sistema de informação que devia funcionar e estão a funcionar de forma absolutamente indevida”, acrescenta.

Uma posição em que garante que não está sozinho. Pinto Moreira já terá falado com vários autarcas e o sentimento é comum, estão “profundamente insatisfeitos”. Fala numa “atitude negacionista do governo, absolutamente inadmissível” e em “políticas da lei da rolha”.

Joaquim Pinto Moreira, que chefia o executivo camarário e proteção civil local, garante que a "Comissão Municipal de Espinho não abdicará da divulgação dos dados locais”. Promete ainda questionar os Ministérios da Saúde e da Administração Interna sobre esta matéria.

Comentários
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  • Cidadao
    11 abr, 2020 Lisboa 16:30
    Mas a Lei da Rolha é já uma instituição, não só deste, mas de todos os governos. Ou alguém com dois dedos de testa, acredita mesmo que tudo ia bem na Saúde, Educação, Justiça, Transportes, etc, só porque os relatórios oficiais diziam que tudo corria sobre rodas? Os funcionários estavam era impedidos de falar, porque se pusessem a boca no trombone, só para denunciar a falta de meios, caía logo por terra o quadro paradisíaco com que o governo nos brindava diariamente...

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