13 abr, 2020 - 22:17 • Júlio Almeida
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Esta segunda-feira aumentou para 20 o número de mortos no lar da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, município onde se vive uma das situações mais complicadas do país no contexto da Covid-19. O rastreio de idosos no concelho iniciado há oito dias encontrou mais 12 infetados pelo novo coronavírus num outro lar.
Uma semana depois do "grito de alerta" do presidente da Câmara, por falta de testes à Covid-19, Aveiro já está a conseguir dar resposta aos agendamentos da autoridade de saúde e também de análises das amostras, contando, além do laboratório do hospital da cidade, com o envolvimento da universidade local nos rastreios.
“Comparado com o que tínhamos há oitos dias, não tem nada a ver em termos de facultar meios. Nós, agora, com estas duas salas de análises, passámos a 360 testes por dia. A ver se conseguimos entrar em velocidade de cruzeiro. É no abastecimento de materiais onde está o nosso maior medo. Mas há compromissos, vamos a ver se não volta a falhar. Para já, estamos tranquilos”, explicou o autarca, esperando que seja possível, “pelo menos, manter a capacidade instalada” de processar amostras sem falta de kit's.
Aveiro era, neste início de semana, o segundo concelho do região do Baixo Vouga com mais infetados, cerca de 230, logo a seguir a Ovar, que lidera com mais de meio milhar de casos.
A cidade da Ria era, contudo, a primeiro em óbitos, com 21 desde o início da situação pandémica. Quase todos os falecidos eram utentes do lar da Misericórdia local.
“É algo que distingue Aveiro de Ovar. 50 % dos nossos infetados são pessoas em lares e oitenta por cento, grosso modo, dos óbitos são utentes de um lar”, adiantou Ribau Esteves.
Até hoje morreram 20 utentes idosos do lar da Misericórdia em Aveiro, onde 77 outros estão infetados num inverso de 98.
Aveiro tem um segundo lar a pedir atenção após os rastreios já feitos e com resultados conhecidos. No lar do Centro Social de Santa Joana Princesa, na freguesia de Santa Joana, 12 utentes, quase metade do total, deram positivo, assim como sete funcionários (entre 24), mas para já sem necessidade de internamento ou mudança de edifício. A GNR procedeu à desinfeção das instalações durante o fim de semana.
Curiosamente, num terceiro lar, também na freguesia de Santa Joana, os seus quatro dezenas de idosos acusaram todos negativos, bem como o pessoal auxiliar mais próximo da valência. Apenas uma outra colaboradora infetada teve de ficar isolada na residência. O "lar do Professor", na cidade, com 30 utentes, também não registou qualquer problema.
“Estamos a monitorizar diariamente os lares, sempre que há sintomatologia fazemos testes. Temos esta operação no terreno, depois da primeira semana de volta dos casos mais urgentes queremos ir aos lares onde não fizemos rastreio”, concluiu o presidente da Câmara.