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Coronavírus

Marta Temido: “Precisamos de voltar a responder de forma programada aos casos não urgentes de doentes não Covid”

13 abr, 2020 - 14:28 • João Carlos Malta

Ministra da Saúde quer que os hospitais comecem identificar os casos prioritários, as equipas cirúrgicas a afetar e a otimizar a capacidade de condições de utilização.

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Apesar de dizer que tem em sua posse dados preliminares de quantas cirurgias e consultas foram adiadas desde que o surto de Covid-19 começou em Portugal, a ministra da Saúde, Marta Temido, preferiu não divulgá-los. No entanto, afirmou que o regresso à normalidade nos hospitais terá de acontecer em breve.

“Precisamos de voltar a responder de uma forma programada aos casos não urgentes de doentes não Covid, e essa resposta tem de começar nos próximos dias", revelou.

Para que isso, a ministra disse qual será a estratégia, e que esta se vai dividir em três passos.

“Pedir aos hospitais para identificar os casos prioritários, identificar as equipas cirúrgicas a afetar e otimizar a capacidade de condições de utilização, evitando que o sistema fique congestionado com casos que não sejam prioritários", defendeu a ministra.

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, na semana passada emitiu um comunicado em que lançava um alerta e expressava a sua preocupação relativamente a todos os doentes não covid a quem, no seu entender, poderão não estar a ser prestados todos os cuidados necessários.

Por enquanto, segundo Temido, as unidades hospitalares ainda "têm de ser preservadas para os casos de doença aguda". E explicou que o que mais preocupa o Governo, neste momento, “é que não fiquem em ambientes hospitalares as pessoas que não precisem de lá estar", resumiu a ministra.

"O hospital é a última instância, que comporta riscos em termos de presença. Os hospitais têm de ser preservados para os casos de doença aguda", revelou.

Taxa de letalidade

Na conferência de imprensa desta segunda-feira, a diretora-geral de saúde, Graça Freitas, disse que há diferenças regionais da taxa de letalidade que podem “reflectir circunstancias sociais”.

Os números, segundo esta responsável, variam de acordo com a distribuição demográfica da população, densidade populacional nas regiões com focos de doença e a concentração de pessoas vulneráveis em instituições.

A taxa de letalidade, que reflete a relação entre o número de infetados e de óbitos, aumentou de 3% para 3,2%, resultado de mais 31 óbitos registados até 12 de abril.

É o valor mais alto desde o início da pandemia, após ontem ter sido ultrapassada a barreira dos 3%.

Os números revelam que há 23 mortes de pessoas com menos de 60 anos, e que com menos de 40 anos não faleceu até ao momento ninguém no país devido ao novo coronavírus.

Sem constrangimentos nos ventiladores

Sobre um outro assunto, o número de ventiladores disponíveis, a ministra da Saúde afirmou que “até ao momento não houve nenhuma situação que não tenha sido possível resolver pela coordenação dos hospitais”.

“Houve situações de maior constrangimento em Aveiro, mas a situação foi ultrapassada com outros hospitais da rede SNS.”

Em relação à linha SNS24, que tanta polémica gerou, Temido diz que a mesma continua a trabalhar com “normalidade”: ontem recebeu 10.943 chamadas e foram atendidas 9903. “A generalidade dos utentes” esperaram “30 segundos” para serem atendidos.

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