13 abr, 2020 - 12:59 • João Carlos Malta
A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou esta segunda-feira que numa fase posterior à de atual confinação, a população em geral deve começar a usar máscaras sociais, feitas de algodão ou de outro material têxtil, como forma de impedir a propagação da doença. A ideia desta medida é também evitar que as máscaras cirúrgicas faltem aos grupos que delas mais precisam: profissionais de saúde e pessoas doentes. O Governo diz estar a seguir aquelas que são as últimas normas europeias.
Temido precisou que num momento futuro, “que não é o que estamos hoje, de restrição de actividades essenciais”, em que as pessoas possam estar em espaços fechados, “poderá ser considerada a utilização da dita máscara social”. Isso deverá acontecer quando se deslocarem a espaços fechados, em que há uma grande concentração de pessoas como os supermercados ou as farmácias.
"A utilização de máscaras cirúrgicas é prioritária aqueles a quem já se destinavam. Adicionalmente, num contexto de confinamento a espaços fechados onde estejam várias pessoas, poderá ser considerada a utilização da máscara social, comunitária e não cirúrgica", sublinhou,
A governante voltou a chamar a atenção para que esta medida não exclui a necessidade de lavagem das mãos, a distância social, e outros cuidados de higiene. Temido frisou reiteradamente que a máscara por si só não resolve a disseminação da doença.
A Direção-Geral da Saúde vai publicar esta segunda-feira novas regras sobre o uso de máscaras de proteção da Covid-19.
A Organização Mundial de Saúde não aconselha as pe(...)
A ministra da Saúde começou por apontar os três tipos de máscara que existem para ultrapassar esta pandemia. Em primeiro lugar, as máscaras com respiradores FFP 2 (Filtering Face Piece) e FFP3, destinadas aos profissionais de saúde, pessoas que entrem em instituições de saúde, e doentes com dificuldades de respiração, bem como os imunodeprimidos.
Há depois as mácaras cirúrgicas que previnem a transmissão de agentes infecciosos, e, por fim, as máscaras não cirúrgicas ou sociais que não obedecem a nenhuma normalização, e podem ser feitas de algodão ou com outros tecidos têxteis.
Estas últimas não são certificadas e servem para a população em geral, sendo que o seu uso é aconselhado desde há poucos dias pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doença.
"Recentemente, o Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças apresentou, a 8 de abril, um conjunto de argumentos a favor e contra de máscaras sociais, não cirúrgicas. Essas recomendações foram traduzidas para uma norma da DGS, que, no essencial, são as seguintes: de acordo com o princípio base da precaução de saúde pública, e face à ausência de efeitos adversos associados, pode ser considerada a sua utilização por qualquer pessoa em espaços interiores fechados e com um elevado número de pessoas, como supermercados ou transportes públicos"
Agora, segundo Marta Temido, "o Infarmed, o Centro Tecnológico de Indústrias Têxteis de Portugal, diversos peritos, a ASAE e outras entidades, concluirão esta tarde as normas técnicas para a utilização destas máscaras ditas sociais e vão partilhá-las com a indústria".
Ainda na conferência de imprensa desta segunda-feira, a titular da pasta da Saúde anunciou que vão chegar do exterior 19 milhões de máscaras cirúrgicas e um milhão de respiradores FFP2, assim como equipamentos de protecção individual. No mercado interno foram compradas batas, fatos de protecção integral e luvas.
Martins da Cruz
Martins da Cruz é um dos signatários de uma carta (...)
Ainda sobre este assunto, Marta Temido explicou que "todos percebemos que temos de ter uma preocupação de dar passos pequenos, mas seguros".
E conclui, afirmando que "temos tido resultados que são encorajadores para a forma como temos gerido a pandemia, não obstante o número de óbitos que sempre se lamentam". "Não queremos, de todo, perder o que foram os resultados adquiridos e temos de ponderar todos os passos que damos", rematou.