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​Covid-19: Confinamento agrava sedentarismo e chega aos 80% entre as crianças

14 abr, 2020 - 15:45 • Dina Soares

Desde que estão fechadas em casa, as crianças chegam a passar 80% do seu tempo sem qualquer atividade física. A conclusão consta do projeto C-Ativo em Casa, um estudo sobre a atividade física das crianças até aos 12 anos em tempos de confinamento. O estudo já está a ser desenvolvido em mais sete países.

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A recolha de dados está a ser feita online por um grupo de investigadores da Escola Superior de Desporto e Lazer do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, da Faculdade de Motricidade Humana e da Escola Superior de Educação, preocupados com os efeitos do confinamento nas rotinas das famílias e, sobretudo, entre as crianças.

Na primeira análise às respostas dadas por 1.973 famílias com 2.167 crianças, entre 23 de março e 1 de abril, o estudo conclui que na faixa etária dos 10 aos 12 anos o tempo de sedentarismo – excluindo as horas de sono - chega aos 84%. As crianças mais novas, entre os 0 e os 2 anos, são as que ficam menos tempo paradas – 62% das horas em que estão acordadas – uma percentagem que vai aumentando com a idade.

Esta tendência também se verifica quando se contabiliza o tempo passado em frente a um ecrã para atividades de caráter lúdico. Os mais crescidos gastam 33% do seu tempo em frente ao computador, telemóvel e televisão. Para os mais pequenos, esta percentagem é de 24%. As crianças entre os 3 e os 5 anos, 27% e entre os 6 e os 9 anos, 33%.

Não se registaram, nesta fase do estudo, diferenças assinaláveis entre os rapazes e as raparigas, embora os rapazes registem uma tendência ligeiramente maior para dedicarem mais tempo aos ecrãs, enquanto as raparigas são mais adeptas de jogos sem movimento.

Os mais novos são os mais irrequietos

Quando se analisa o tempo despendido com atividades físicas – que incluem as sessões organizadas, as brincadeiras com movimento e os passeios com o cão - verificamos que são uma vez mais os mais pequenos que se mexem mais. A percentagem de tempo dedicado a estas atividades começa nos 37% e termina, na faixa etária entre os 10 e os 12 anos, nos 16%.

Em matéria de ocupações intelectuais, a tendência inverte-se. Aqui, são os mais crescidos que lhes dedicam mais tempo – 33% - enquanto os mais novos passam apenas 6% das horas do dia ocupados, por exemplo, com um livro.

Este decréscimo da atividade física das crianças em tempo de pandemia já era antecipado pelos pais, que reconhecem que os seus filhos passam mais tempo em frente ao computador ou a qualquer outro tipo de ecrã. O aspeto mais positivo é o aumento de 82% nas atividades em família, por estes dias em que todos estão juntos de manhã à noite.

O estudo está a ser também desenvolvido em mais sete países: Grécia, Espanha, Reino Unido, Bélgica, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Quem quer, pode inscrever-se e responder. Os investigadores pedem uma atualização semanal das respostas para poderem avaliar se os comportamentos se vão alterando à medida que o tempo de confinamento avança.

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