15 abr, 2020 - 09:26 • Miguel Coelho (entrevista), Luís Aresta (texto)
O Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) diz à Renascença que o não pagamento integral de propinas, tal como foi defendido por representantes dos estudantes, "não fará sentido". Para António Fontainhas Fernandes, só uma intervenção do Governo poderia leva a que este cenário pudese ser equacionado.
"É uma situação que se poderá colocar ao estado - como compensar as instituições, tal como aconteceu nas duas situações em que houve diminuição da propina. Agora estamos falar no pagamento integral, que não fará sentido" diz o presidente do CRUP que admite apenas "um aumento do período de carência para o caso dos estudantes em que tenha havido situações anómalas".
Todos os cenários em aberto, para o acesso às universidades
Apesar de o Governo prever a possbilidade do regresso às aulas presenciais em maio, para os estudantes do 12º ano, o presidente do CRUP mantém todos os cenários em aberto quando à realização dos exames de acesso ao ensino superior, seja em que mês for.
"Se as instituições retomarem o seu normal funcionamento, dentro de um quadro de segurança dos estudantes e do meio académico, nomeadamente com o uso de máscaras, tal permitiria que a avaliação também fosse feita num contexto presencial. Se o cenário se agravar ou se não existirem condições, terão que ser as instituições a encontrar as melhores soluções".
O concurso de acesso ao ensino superior está envolto em incerteza, cenário que é extensível aos alunos da via profissional que pretendem aceder ao ensino superior.
"A estratégia que foi estabelecida pelo governo, universidades e politécnicos, de alargamento da base social de recrutamento, contretamente de alunos que vêm do ensino profissionalizante, exige a realização de um exame práticou ou teórico" lembra António Fontaínhas Fernandes. O presidente do CRUP reconhece que, no atual contexto, o recrutamento de mais estudantes para as universidades e politécnicos, pode assumir um caráter meramente experimental.
"Estamos disponíveis para encontrar, em alunos que não conhecemos e que estão num contexto de ensino profissional,as melhores soluçõe para, pelo menos a nível exprimental podermos iniciar este percurso que visa aumentar o número de estudantes no ensino superior", conclui.