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“Milagre” português é fruto do “sacrifício”. Marcelo renova estado de emergência porque “ainda falta o mais difícil”

16 abr, 2020 - 19:58 • Cristina Nascimento

"Estamos a ganhar a segunda fase" de combate à Covid-19, referiu Marcelo, num discurso em que aludiu ao milagre português, como alguns especialistas estrangeiros têm classificado a forma como Portugal está a lidar com a pandemia. "Se isto é um milagre, o milagre chama-se Portugal."

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“Milagre” português é fruto do “sacrifício”. Veja o discurso de Marcelo na íntegra
“Milagre” português é fruto do “sacrifício”. Veja o discurso de Marcelo na íntegra

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Marcelo Rebelo de Sousa considera que há três razões para renovar o estado de emergência. Numa comunicação ao país, em direto do Palácio de Belém, o Presidente da República considerou que os portugueses estão "a ganhar a segunda fase do combate" à pandemia da Covid-19, mas que "ainda falta o mais difícil" e deu conta de três razões para renovar o estado de emergência uma segunda vez, até ao início de maio.

A primeira razão está relacionada com os lares de idosos que, segundo o Chefe do Estado, "ainda precisam de mais tempo"; a segunda razão prende-se com a necessidade "de estabilizar o número diário de internamentos, por forma a assegurar que o nosso SNS se encontrará em condições de responder", lembrando que Portugal é "o quarto pais da Europa que mais testa", mas que nem isso fez subir os números de infetados. A terceira razão, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa, está ligada a uma preparação de reabertura da sociedade e da economia.

"A renovação do estado de emergência está pensada de tal forma que dá espaço para o Governo" preparar essa fase e "criar segurança e confiança nos portugueses", garantiu.

O Presidente da República deixou ainda palavras de alento a três grupos da população em particular: os idosos, os mais jovens e os autarcas.

“Aos da minha idade, ou acima dela, ou abaixo mas com doenças mais graves: não tenham receio. Ninguém quer encerrar-vos num gueto, dividindo os portugueses entre os que resistem e os frágeis”, começou por explicar. A outros, mais novos, “os mais jovens dos jovens”, Marcelo disse “admirar a vossa capacidade de reagir ao maior choque da vossa vida”. Por fim, uma palavra de agradecimento do Presidente aos autarcas: “Se alguém questionar um dia decisões dramáticas de salvação pública tomadas de boa-fé, serei o primeiro a testemunhar que foi essencial o vosso papel”.

Na reta final da sua mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa aludiu ainda ao "milagre português", como alguns especialistas estrangeiros têm classificado a forma como Portugal está a lidar com a pandemia. O Presidente da República considera que o "milagre" é fruto do "sacríficio". "Se isto é um milagre, o milagre chama se Portugal", terminou.

Estado de emergência prolongado até 2 de maio

No início desta mensagem ao país, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que tinha acabado de assinar a segunda renovação do estado de emergência, desejando que seja "a última".

O estado de emergência vigora em Portugal desde o dia 19 de março e, de acordo com a Constituição, não pode ter duração superior a 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações com o mesmo limite temporal.

Também esta quinta-feira, na Assembleia da República, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou esperar "que esta seja a última vez" que se decreta o estado de emergência em Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa quis ainda responder a algumas dúvidas que, considera, ser tranversais à sociedade portuguesa. "Será que maio poderá corresponder às expetativas suscitadas", questionou o Chefe do Estado.

"Tudo dependerá do que conseguirmos alcançar até ao fim de abril. Isso será medido dentro de duas semanas. E do bom senso com que gerirmos uma abertura sedutora, mas complexa", responde o Presidente.

Portugal regista esta quinta-feira 629 mortos associados à Covid-19, mais 30 do que na quarta-feira, e 18.841 infetados (mais 750), indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

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  • António Rodrigues
    15 jun, 2021 Faro 10:38
    Bom dia! quando tentamos conjugar os óbitos ocorridos no ano 2020 com o ano 2019, chegamos há conclusão que as autoridades portuguesas cometeram verdadeiros crimes com alguns milhares de pessoas que morreram por falta de assistência médica. Só espero que os responsáveis por estes muitos milhares de mortes, sejam um dia responsabilizados doa a quem doer, é uma forma de se fazer justiça, para com aqueles que foram sentenciados à morte inocentemente. António Rodrigues
  • Francisco Guerra San
    20 abr, 2020 Lisboa 16:42
    ... Que milagre... Sr. Presidente!... https://observador.pt/opiniao/visao-factual-epidemiologica-portugal-e-um-dos-paises-mais-perigosos-do-mundo-na-covid-19/?fbclid=IwAR2psbU6xV63lUo-plqbj5ifaZa_AiZyMSQvsYIMLBPsdt3kvnAjO01Pp2E
  • Manuela
    17 abr, 2020 Lisboa 23:17
    Sr. Presidente Rebelo de Sousa, na minha opinião o mês de Maio sempre foi um mês muito agitado: é o dia do Trabalhador, é o dia da Mãe, é o dia da Aparição! e é o dia da Espiga (este não é importante para todos)! Se pegarmos no calendário, ficamos com a ideia que pelo menos até dia Quinze ou dezassete, o país ainda devia estar de quarentena! E o Sr. Primeiro Ministro, não pegou no calendário! Eu não conhecia o termo de "não querer morrer na praia", agora já conheço, porque ouvi a explicação do Sr. Presidente! mas por incrível que pareça e pondo o dito cujo, ditado, de lado, eu não me admiro nada, que hajam pessoas que nem se importem de morrer na praia, se o tempo lhes sorrir! Por isso, para que o tal milagre chamado 'Portugal' não se perca, de um momento para o outro... Acho que talvez se pensássemos mais um bocadinho, não perdíamos nada! Mas isto é o que eu penso!! Eu só quero o Bem de todos nós! mais nada. Eu sou católica, eu não queria dizer o que vou dizer a seguir, mas é preciso: se o altar do mundo estiver disponível (fora da quarentena), só se houver um grande milagre de novo!... Tenho a máxima consideração pelo Sr.! (não quero que o Sr. pense que estou a criticá-lo, porque não estou!) Cumprimentos, Sr. Presidente Rebelo de Sousa! Tenho a máxima consideração pelo Sr..

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