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Ensino à distância. "Não vejo problema nenhum, consigo fazer a maior parte do trabalho 'online'"

17 abr, 2020 - 13:00 • Manuela Pires

Cristina Duarte preparou-se, ao longo da carreira, para ensinar à distância. Nunca imaginou que, de um dia para o outro, o estivesse a fazer, mas aconteceu e os primeiros resultados são positivos.

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Há muito tempo que Cristina Duarte pensava numa forma de trabalhar à distância com os seus alunos, para complementar as matérias dadas na sala de aula. Professora de Inglês na Escola de Música do Conservatório Nacional em Lisboa, fez algumas ações de formação, viu vários tutoriais, mas nunca imaginou que, de um dia para o outro, tivesse de dar todas as aulas à distância.

Confortável neste terreno do ensino á distância, Cristina Duarte revela à Renascença que não está nada preocupada. “Tenho os resultados dos primeiros 15 dias, antes das férias da Páscoa, enviei tarefas aos alunos e não vi problema nenhum, consigo fazer a maior parte do trabalho 'online'”, refere.

Mas como é que se organiza o ensino com cada aluno em casa? Cristina Duarte diz que, primeiramente,o é necessário definir o que faz sentido trabalhar com os alunos para atingir os objetivos. “No caso da disciplina de Inglês, o objetivo é que os alunos leiam, escrevam e que pratiquem a expressão oral e a compreensão oral, e tudo isso posso fazer 'online'”, diz a professora, que dá aulas a alunos do 7º ano e do ensino secundário.

Para estar em contacto com os alunos e partilhar as tarefas, a professora utiliza a plataforma Google Classroom. Mas, seguindo a orientação da direção da escola, não vai exagerar nas videoconferências. “Vou marcar sessões, uma vez por semana, mas não devemos sobrecarregar os miúdos com as videoconferências porque não sabemos o que se passa lá em casa - quantos computadores há, se os irmãos ou os pais também precisam de utilizar”.

Mas, apesar destas orientações, o horário pode sofrer alterações. Cristina Duarte vai acompanhando o estudo e, se perceber que os alunos não estão a acompanhar alguma matéria ou se têm mais dificuldades, já os avisou que pode fazer a qualquer momento uma videoconferência, até com um aluno se for necessário.

E o trabalho para as videoconferências já está definido “podem preparar uma apresentação oral sobre um tema, ou envio uma imagem e os alunos têm de falar sobre ela”, revela Cristina Duarte à Renascença.

Estas sessões vão ser fundamentais para a professora avaliar os alunos porque os testes tradicionais não são fiáveis, “não vão existir porque eu não sei quem é que está a responder ás perguntas”.

São necessários, por isso, encontrar outros instrumentos de avaliação, mas Cristina Duarte não está preocupada porque conhece bem os alunos e o trabalhos dos últimos meses e se, por exemplo, “um aluno estiver entre a negativa e a positiva, a opção será pela nota positiva”.

O terceiro período escolar arrancou a 14 de abril, mas sem atividades letivas presenciais. No caso do ensino básico, dos 1.º ao 9.º anos, haverá ensino a distância até ao final do ano letivo.

Não haverá provas de aferição nem exames no 9.º ano. A avaliação no ensino básico será feita em cada escola "pelos professores que melhor conhecem o conjunto do percurso educativo de cada aluno", anunciou António Costa.

O ensino à distância será garantido com o apoio da telescola, "com conteúdos pedagógicos que complementarão, sem substituir, o trabalho que os professores vêm mantendo com os seus alunos". A telescola arranca no dia 20, no canal RTP Memória.

O Governo vai manter, até ao final do ano letivo, o regime de apoio especial às famílias com filhos menores de 12 anos, assegurou o primeiro-ministro.

Em relação ao ensino secundário, António Costa afirma que o objetivo é ainda ser possível haver atividades letivas presenciais no terceiro período, mas neste momento ainda não estão reunidas condições por causa da pandemia de Covid-19.

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