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Barómetro Covid-19

Angustiados, tristes ou ansiosos. Pandemia já afeta saúde mental de mais de 80% dos portugueses

18 abr, 2020 - 07:00 • Isabel Pacheco

Confinamento e distanciamento social estão a ter mais impacto psicológico nas mulheres e, sobretudo, em quem está em teletrabalho, aponta o Barómetro Covid-19 da Escola Nacional de Saúde Pública.

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Nestes tempos de confinamento em casa, dá por si a sentir-se angustiado? Triste? Ansioso? Não está sozinho.

De acordo com o Barómetro Covid-19 da Escola Nacional de Saúde Pública, divulgado este sábado, mais de mês e meio depois da chegada da pandemia de Covid-19 a Portugal, 82% dos portugueses sente algum efeito negativo na saúde mental.

A par disso, cerca de um quarto dos inquiridos diz-se agitado, ansioso ou triste "todos os dias" ou "quase todos os dias".

Para a coordenadora do estudo, Sónia Dias, os dados que mostram que a “questão da saúde mental merece atenção”.

Ainda segundo o inquérito, os efeitos da pandemia de Covid-19 na saúde mental dos portugueses está a afetar mais as mulheres do que os homens; 27% dos inquiridos refere que "nunca" se sente ansioso ou triste, sentimentos que apenas 15% das inquiridas também rejeitam.

E se os mais velhos são os “mais resilientes”, são também "aqueles que estão em teletrabalho” (35%) que sentem mais dificuldade em lidar com o confinamento.

“São os idosos quem se sente, com menor frequência, agitado, ansioso ou triste quando comparados com a população entre os 26 e os 65 anos”, explica a coordenadora científica do estudo.

A diferença pode ser explicada “com o facto de as pessoas em teletrabalho poderem estar a experienciar dificuldades em gerir a sua atividade profissional em simultâneo com a sua vida familiar”, adianta a investigadora.

Outro aspeto revelado no estudo é que os níveis de ansiedade e de preocupação tendem a refletir-se no grau de confiança na resposta dos serviços de saúde.

“Quem tem mais confiança tem menor probablibilidade de se sentir ansioso ou triste, o que faz, de alguma maneira, sentido. Da mesma forma, quem se sente mais ansioso tem também níveis maiores de perceção de risco de contrair a doença”, conclui Sónia Dias.

Uma das formas de contornar os impactos psicológicos negativos da crise é, mesmo, limitar a quantidade de informação sobre a Covid-19. É o que já fazem 45% dos inquiridos. Contudo, há quem admita outro tipo de comportamentos menos saudáveis.

“Uma percentagem importante revelou que aumentou os comportamentos prejudicais à saúde, nomeadamente admite comer mais doces, gorduras ou comidas calóricas e que quase 10% reconhece que está a fumar ou beber mais álcool”, alerta a investigadora, que defende a adoção de “estratégias de promoção de hábitos mais saudáveis” para minimizar o impacto do confinamento social na saúde mental dos portugueses.


Evolução da Covid-19 em Portugal

Comentários
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  • Ivo SÉRGIO PESTANA
    18 abr, 2020 Funchal 15:07
    Não é fácil. Mas o conselho que dou, é que procurem ajuda, seja qual for. Todos somos fracos e sózinhos não conseguimos. O desespero não resolve nada e a morte também não é solução. Tenho ansiedade crónica e por isso, sei o que falo. Força!
  • mewtwo
    18 abr, 2020 14:25
    Nada há melhor do que um idiota a escrever estatísticas. Como o governo é constituído por portugueses, 80% do governo está afectado mentalmente.

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