20 abr, 2020 - 19:05 • Liliana Monteiro
O juiz Paulo Registo pediu para ser afastado do processo em que é arguido Rui Pinto, o hacker informático acusado de 90 crimes e criador do site Football Leaks, "por existir suspeita sobre a sua imparcialidade".
O sorteio de juízes ditou, na última semana, que fosse o magistrado a conduzir o julgamento deste caso em conjunto com mais duas colegas. Fonte judicial revelou à Renascença que o juiz pediu agora para ser afastado do caso 'por suspeita de imparcialidade'.
Caberá agora ao presidente do Tribunal da Relação de Lisboa decidir se aceita, ou não, a escusa do juiz.
"Nos últimos dias, foram veiculadas informações na comunicação social e também nas redes sociais, conforme é do conhecimento público, que o presente processo tinha sido distribuído ao juiz signatário, que também está indigitado para integrar o coletivo que irá julgar o processo conhecido com e-toupeira e que mantém ligações ao Sport Lisboa e Benfica, com revelação pública de diversas fotografias e também de publicações nas redes sociais", refere o despacho, a que a agência Lusa teve acesso.
O sorteio de juízes ditou, na última semana, que f(...)
O juiz acrescenta que "são também levantadas suspeitas no sentido destes dois processos terem sido intencionalmente distribuídos" a si próprio, "com o intuito de beneficiar o Sport Lisboa e Benfica, clube do qual se afirma textualmente que é adepto apaixonado e ferrenho, ao mesmo tempo em que se alega um intuito de prejudicar os arguidos Rui Pedro Gonçalves Pinto e Aníbal Fernando de Araújo Pinto [advogado] , assim como o próprio Futebol Clube do Porto".
De sublinhar que o juiz Paulo Registo faz também parte do coletivo que vai julgar o caso e-toupeira, mas nesse processo não pediu para ser afastado.
Rui Pinto foi detido na Hungria e estava em prisão preventiva desde março de 2019. Viu alterada a medida de coação no início deste mês de abril. Está agora a residir num apartamento na Polícia Judiciária de Lisboa, onde está sob proteção policial. Isto depois de ter sido acordada uma colaboração com as autoridades que estará relacionada com a cedência de passwords.
Rui Pinto foi pronunciado por um crime de tentativa de extorsão, seis de acesso ilegítimo, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência e um de sabotagem informática.
[notícia atualizada às 19h38]