20 abr, 2020 - 15:12 • Isabel Pacheco
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Sentado no sofá frente à televisão, João, de sete anos, aprende a divisão silábica. É a primeira aula do programa #EstudoEmCasa. Do outro lado, no ecrã da televisão, no canal RTP Memória, está a nova professora de Português do primeiro ciclo que vai acompanhar o aluno do primeiro ano nos próximos tempos.
Ao lado, está sentada a mãe que vai tomando notas da aula: “Ele ainda é pequenino e não custa ter um papel e um lápis para ajudar. Isto é uma adaptação para todos,” explica Maria Luís.
Ao mesmo tempo, noutra divisão da casa, o irmão Diogo tira as últimas dúvidas com a diretora de turma, via “Class Room”, antes da primeira aula de Ciências Naturais pela televisão. O aluno do 5.º ano garante estar “preparado”, mas admite nunca ter imaginado poder vir a “ter aulas pela televisão”.
Mariana frequenta o 9.º ano. É a mais velha dos três filhos e tem sido o apoio dos irmãos por estes dias. “Ontem ajudei-os a preparar tudo para hoje”, primeiro dia de telescola, conta a adolescente de 15 anos. “Ajudo-os a entrarem no email e fazer tudo o que é básico. É fácil para mim”.
Mais difícil tem sido a rotina dos pais. Em casa “há três horários diferentes da telescola a que se juntam as aulas pela internet”, conta a mãe em teletrabalho.
“Só às 17h50 é que eles acabam a emissão da telescola. Isso implica que só depois das 18h00 é que vou poder ir para o teletrabalho. Vou ter de trabalhar antes de eles acordarem ou depois de terminarem a escola”, conta a notária.
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Nada que atrapalhe Mariana que cresceu com as novas tecnologias e, por isso, diz-se já habituada ao ensino à distância.
O difícil, revela a jovem, é aceitar que não vai ter baile de finalista. “Foi cancelado”, lamenta Mariana, que inconformada com a ideia avança com alternativas: “Estamos a pensar, se depois do vírus, fazemos alguma todos os juntos, senão, a minha mãe deu a ideia de fazermos o baile virtualmente”.
Criado pelo Ministério da Educação, o programa #EstudoEmCasa entrou esta segunda-feira pela primeira vez em casa de mais de 850 mil alunos do ensino básico. Foi o início do terceiro período letivo diferente para pais e para os estudantes até ao 9.º ano, que, até junho, vão aprender à distância devido à pandemia da Covid-19.
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