22 abr, 2020 - 10:10 • Lusa
As autoridades concluíram pela maior ocorrência de cancro de pele nas pessoas que usaram o medicamento Picato, que trata algumas lesões de pele, e pedem a estes doentes que se mantenham atentos e procurem assistência médica.
De acordo com o Infarmed, o Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamento (EMA, na sigla inglesa) terminou a revisão do risco de cancro de pele em doentes tratados com Picato (mebutato de ingenol) e concluiu que o perfil de benefício-risco deste medicamento é negativo.
O medicamento estava indicado para lesões de pele como as queratoses actínicas, que são lesões de pele superficiais que podem surgir sob a forma de uma ou várias lesões escamosas.
Estas lesões, que ocorrem mais frequentemente em áreas sujeitas a exposição solar crónica ao longo de muitos anos, são vermelhas ou acastanhadas, algumas vezes com uma superfície escamosa e são ásperas ao toque.
A autorização de introdução no mercado do Picato estava revogada, a pedido do titular (LEO Laboratories Ltd.) desde fevereiro deste ano.
As conclusões da revisão feita peça EMA “mostraram uma maior ocorrência de cancro de pele, especialmente carcinoma espinocelular, em doentes tratados com Picato comparativamente com Imiquimod, outro medicamento para queratose actínica, confirmando-se também que a eficácia de Picato não se mantém ao longo do tempo”, esclarece o Infarmed.
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos em Saúde e a EMA recomendam que os doentes que foram tratados com Picato se mantenham atentos ao desenvolvimento de lesões na pele e, caso estas ocorram, procurem assistência médica.