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estado de emergência

“Ligou-me a pedir desculpa”. Afinal o que se passa entre o Exército e a PSP?

23 abr, 2020 - 10:47 • Celso Paiva Sol

O caso parecia estar resolvido, mas a audição ao Chefe do Estado Maior das Forças Armadas voltou a revelar um certo mal-estar entre a PSP e as Forças Armadas.

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A audição ao Chefe do Estado Maior das Forças Armadas no Parlamento, nesta semana, deu visibilidade a uma questão que parecia estar resolvida. Tudo começou no final de março, durante a descontaminacão de um lar de idosos em Vila Real por parte de Exército.

No perímetro de segurança, estavam elementos da Polícia do Exército armados, o que levou a uma chamada de atenção da PSP. Aos militares foi lembrado que estavam numa missão de apoio à Proteção Civil e que não deveriam empunhar armas de guerra na via pública.

O incidente foi alvo de relatórios de parte a parte e o desconforto gerado foi para além das hierarquias, tendo que ser resolvido pelos ministros da Defesa e da Administração Interna.

Na sequência dessas conversas, em que esteve também envolvida a Secretaria Geral do Sistema de Segurança Interna, ficou politicamente decidido que, nesta fase do estado de emergência, os militares não voltarão a usar armas em missões de apoio à Proteção Civil.

A decisão foi depois transmitida ao efetivo militar, numa ordem interna a que a Renascença teve acesso.

Mas esta semana tudo mudou. Na comissão parlamentar de Defesa, onde foi ouvido na terça-feira, o Almirante Silva Ribeiro disse que o diretor nacional da PSP lhe telefonou para pedir desculpa pelo erro cometido em Vila Real.

“O diretor nacional da PSP percebeu que cometeu um erro e pediu-me desculpa, telefonou-me a pedir desculpa”, afirmou. “Portanto, a situação é esta: o assunto foi resolvido ao nível político, por intervenção política e depois o senhor diretor nacional falou comigo e ficou tudo resolvido. E não há nem houve nem haverá mais problemas”, garantiu.

Mas não ficou por aqui. “Os militares atacaram-me a mim. E eu encaixei todos os tiros. Porquê? Porque eu não queria nenhuma crise entre as Forças Armadas e as forças de segurança, apesar de as forças de segurança terem atuado precipitadamente, foi um lapso. Não houve problema nenhum, foi um lapso. Houve uma precipitação, houve um erro, foi sanado onde deveria ter de ser e está resolvido”.

“Eu, na altura, não disse nada, porque o problema do país é a Covid, não é uma crise entre as Forças Armadas e as forças de segurança, como muita gente gostaria, e os senhores devem ter visto nas redes sociais”, disse também.

A Renascença sabe que estas declarações do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas caíram mal na hierarquia da PSP, não só porque subvertem a versão que foi politicamente definida, mas sobretudo porque o objetivo do telefonema do superintendente Magina da Silva ao almirante Silva Ribeiro não terá sido exatamente o descrito.

Fontes próximas da direção nacional da PSP dizem à Renascença que a ideia era lamentar que o episódio de Vila Real tenha sido notícia, e não pedir desculpa.

As mesmas fontes dizem, aliás, que o que aconteceu naquela cidade transmontana irá voltar a acontecer sempre que os militares usarem armas de guerra em missões de apoio à Proteção Civil.

Comentários
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  • XMAN
    28 abr, 2020 Porto 23:06
    Os militares estavam armados e MUITO BEM. O exército garante sempre a sua própria segurança, e quando em missão (mesmo que de paz) há sempre 2 ou 3 homens armados para salvaguardar a sua própria segurança. Coloca-se a questão, se a unidade em movimento fosse atacada, o exército ligava à policia a pedir protecção ? A policia agiu mal, e o exército agiu bem. A própria policia e GNR não andam de arma à cinta ? Alguém se incomoda com isso ? O Exército tem por obrigação salvaguardar a sua própria segurança ... o Sr. Magina da Silva que peça muitas desculpas disto e de MUITAS OUTRAS do seu passado prepotente e ditador, coisas que a seu tempo de saberão.
  • António dos Santos
    23 abr, 2020 Coimbra 23:39
    SR. Rui Romão, Porque não saímos da NATO, que ´é uma organização facciosa. Quando fomos invadidos em Timor Leste, pelos indonésios e o território era reconhecido pelas instâncias internacionais, a NATO não actuou como era devido. Porque os responsáveis eram os criminosos dos americanos. Não me venham apelidar de comunista, pois é um grupo anti-democrático e devia ser banido do parlamento.
  • Jorge Lourenço
    23 abr, 2020 Porto 23:26
    O Sr. ANTÓNIO DOS SANTOS devia ter estado calado, e não ter perdido uma oportunidade para estar calado. Veja a resposta do Sr. Rui Romão e entenda alguma coisa do que se faz nas FA. Por causa de gente como o senhor é que as FA só são prestigiadas lá fora, e cá dentro são insultadas por pessoas incultas como o Sr.
  • Gonçalo Alexandre
    23 abr, 2020 Seia 20:16
    Haja respeito pelas nossas Forças Armadas.
  • Rui Romão
    23 abr, 2020 Entroncamento 15:29
    Efetivamente, os militares estão mal vistos pela sociedade civil, é pena pois a nível internacional os militares Portugueses estão entre as melhores Forças Armadas do Mundo, aliás e acordo com os tratados Internacionais da ONU, os países são "obrigados"a contribuir para a segurança mundial, seja com homens ou seja com dinheiro. Como o nosso País não tem dinheiro tem de contribuir com homens aumentado assim o seu prestígio político Internacional. Se não houvesse Forças Armadas , que aliás são uns "inúteis que não servem para nada", o País teria que desembolsar muitos milhões de euros, e segundo alguns estudos esta despesa seria de 10% do PIB. Por curiosidade a verba anual da Defesa Nacional é 1,1% do PIB.Ainda bem que os militares Portugueses não fazem nada, imaginem se fizessem. Bem hajam os Militares Portugueses.
  • António dos Santos
    23 abr, 2020 Coimbra 13:33
    Na verdade, o comandante geral de PSP, tinha razão em chamar a atenção dos militares, para não estarem armados. Isto é só reflexo dos militares se evidenciarem, porque durante o ano não fazem nada. Espero que as FA esperem um agradecimento, quando elas estão a fazer a sua obrigação e sem grande esforço. Se não fizerem estas actividades, em favor dos portugueses e deles próprios, as FA não nos servem para nada. Porque as FA portuguesas são uma palhaçada. Basta ver o seu organograma, temos mais graduados do que praças, espantoso!!!!.Com o dinheiro que se gasta com estes inúteis, era de investir nos bombeiros e dar-lhes helicópteros e barcos. Outro dado é que Portugal tem mais oficiais generais e superiores que os EUA. Temos de deixar de sustentar esta cáfila. Não são estas FA que temos, que algum dia nos vão defender.

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