23 abr, 2020 - 20:36 • Dina Soares
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Os ensaios clínicos com plasma convalescente - plasma proveniente de pessoas que foram infetadas pelo novo coronavírus e se curaram – deverão começar no final de maio. A informação foi avançada esta quinta-feira à Renascença pela presidente do conselho diretivo do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST.
Segundo Maria Antónia Escoval, durante o mês de maio todos os procedimentos necessários à realização destes testes deverão ficar concluídos.
Tratando-se de um novo procedimento, revela ainda, foi necessário elaborar uma orientação de colheita de plasma, onde são fornecidas as linhas de orientação para a seleção de dadores, colheita, processamento, rotulagem, armazenamento, transporte e distribuição aos serviços de imuno-hemoterapia dos hospitais.
No que se refere aos procedimentos de colheita, uma vez que esta não é uma colheita de sangue total, mas apenas de plasma, foi avaliada a capacidade instalada, nomeadamente de equipamentos, e só será feita nos três centros do IPST, em Lisboa, Porto e Coimbra, e em alguns hospitais.
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Um grupo de trabalho constituído pela Direção Geral da Saúde (DGS), Instituto Ricardo Jorge, Infarmed e o IPST vai definir os critérios mínimos para a realização dos ensaios clínicos, onde vão decorrer e durante quanto tempo. Só depois de tudo estar decidido é que estes poderão ter início.
Vai ser pedido a todos os doentes convalescentes que contactem o Instituto para se poder avaliar se preenchem os critérios de elegibilidade que lhes permitam vir a ser dadores. A colheita poderá começar ainda durante o próximo mês.
Quanto aos doentes que serão objeto dos ensaios clínicos, Maria Antónia Escoval recorda, em entrevista à Renascença, que terão de cumprir os critérios mínimos definidos e deverão, à partida, ser doentes em condição moderada a grave.
“A terapêutica com plasma convalescente Covid-19 deve ser considerada de âmbito experimental, realizada unicamente em hospitais de referência, no âmbito de ensaios clínicos com o objetivo de demonstrar a sua eficácia e segurança”, adverte a presidente do conselho diretivo do Instituto Português do Sangue e Transplantação.
No entanto, e apesar de todas as cautelas, Maria Antónia Escoval não esconde algum otimismo relativamente a esta solução, que já começou a ser testada em cinco países: China, Estados Unidos, Itália, Espanha e França, “com resultados muito animadores”, afirma.