24 abr, 2020 - 13:14 • Marta Grosso , Ricardo Vieira
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O fim de semana alargado de 1 a 3 de maio terá as mesmas restrições de deslocação entre municípios que o período da Páscoa devido à pandemia de Covid-19, anunciou esta sexta-feira o primeiro-ministro.
"Temos de manter o maior grau possível de contenção e isolamento", sublinhou António Costa aos jornalistas, em São Bento.
"Mesmo para lá do estado de emergência, não vamos voltar a viver a vida normalmente. Será um 1.º Maio diferente para as centrais sindicais, mas, até haver vacina ou tratamento seguro, vamos ter de continuar a viver com restrições", acrescentou o primeiro-ministro.
"Mais vale ir agora lentamente e com segurança do que termos surpresas desagradáveis" mais à frente, disse ainda, referindo-se à reabertura faseada da atividade económica, que será feita em períodos consecutivos de 15 dias.
O Governo vai anunciar na próxima semana, a 30 de abril, as primeiras normas de desconfinamento da sociedade e revertura do comércio e da economia no período do pós estado de emergência que termina no início de maio.
António Costa falava aos jornalistas após ter estado reunido com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal. Segundo o primeiro-ministro, a reunião visou "testar quais as normas de higienização para que todos sintam segurança na ida aos estabelecimentos" a partir do momento em que sejam levantadas as restrições ao funcionamento da atividade destes setores.
"Todos os setores de atividade estão a definir normas de segurança, que terão de ser validadas pela Direção Geral de Saúde. Essas normas têm de estar todas em condições de ser aplicadas quando, no dia 30 de abril, o Conselho de Ministros anunciar qual é o calendário de libertação das normas de confinamento", salientou.
António Costa reforça que o executivo, aconselhado pelas autoridades de saúde, vai dar "um passo de cada vez". As "normas de libertação" do confinamento serão depois renovadas de duas em duas semanas (4 e 18 de maio e 1 de junho) e não abrangerão, numa primeira fase, "todos os setores de atividade".
O primeiro-ministro refere que "temos que ir a passo e passo", com medidas de higienização dos espaços e a disponibilização de equipamentos de proteção à população.
"O estado de emergência não é a única forma que existe para a implementação de restrições", sublinhou ainda o primeiro-ministro, apelando à consciência individual para não "termos de pôr um polícia atrás de cada pessoa".
António Costa falava aos jornalistas após uma conversa com o líder da comunidade islâmica em Portugal, Abdul Vakil, por ocasião do início do Ramadão.
O primeiro-ministro agradeceu o empenho da comunidade adoção de medidas de contenção para travar o novo coronavírus e explicou que a conversa também foi sobre como se pode adaptar as celebrações religiosas "mesmo após o fim do estado de emergência para manter as normas de isolamento social" e segurança sanitárias.