28 abr, 2020 - 10:30 • Redação com Lusa
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Ansiedade, insónia e manifestações somáticas do stress e ansiedade são as principais queixas nas linhas de apoio de saúde mental da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).
Tanto nas consultas presenciais, como nas plataformas digitais foram acompanhados centenas de profissionais de saúde e milhares de utentes no último mês. O plano abrange os 15 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e os serviços de psiquiatria dos 16 hospitais da região.
Mais de um mês após ter início a intervenção em saúde mental em contexto de catástrofe, o Gabinete de Crise da ARSLVT faz um balanço positivo da operação.
Os utentes da região que nesta fase sintam necessidade de apoio em Saúde Mental devem solicitá-lo junto dos seus centros de saúde, preferencialmente através de contacto telefónico e de e-mail.
Foram implementadas uma série de medidas preventivas relativamente à saúde mental dos profissionais de saúde, através da produção e difusão de vídeos. Nestes, são dadas indicações de como melhorar a comunicação, permitir a verbalização de emoções, criar um clima de segurança emocional e ainda normalizar sintomas que não são sinónimos de doença mental.
Nos ACES, além das consultas a profissionais, também têm sido desenvolvidas estratégias de prevenção do stress e do "burnout", assim como estratégias de proximidade às equipas que se encontram no terreno, com especial enfoque daquelas que trabalham nas Áreas Dedicadas Covid-19 (ADC).
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“O nosso mundo mudou e há uma grande incerteza quanto ao futuro. É normal ter medo, mas o importante é tentar encontrar estratégias para lidar com ele”, afirma a coordenadora Regional de Saúde Mental da ARSLVT, Teresa Maia.
“Apesar de utentes e profissionais estarem a demonstrar grande resiliência, estas consultas são fundamentais e neste primeiro mês foram acompanhadas centenas de profissionais e milhares de utentes”, refere a psiquiatra no comunicado.
Os centros de saúde e os serviços de psiquiatria estão envolvidos de “forma concertada e articulada”, para permitir “o acompanhamento regular” a quem precisa.
“Desde o primeiro momento que a saúde mental foi uma das nossas preocupações na região, dadas as características e as implicações desta pandemia”, afirma o presidente da ARSLVT, Luís Pisco, destacando a proatividade da equipa e dos profissionais envolvidos.
Os serviços de psiquiatria hospitalares, além de garantirem o apoio a profissionais, deram “prioridade às pessoas com doenças psiquiátricas que apresentam quadros de maior gravidade e aos mais vulneráveis, garantindo ou reforçando o seu acompanhamento e medicação, quer seja no ambulatório, internamento ou nos serviços de urgência”, sublinha o comunicado.
“Os serviços reorganizaram-se e passaram a desenvolver mais a teleconsulta, mantendo-se em presença física o acompanhamento de doentes mais graves”, acrescenta.
Foram também desenvolvidas medidas preventivas para os profissionais, através da produção de vídeos, com indicações de como melhorar a comunicação, permitir a verbalização de emoções, criar um clima de segurança emocional e “normalizar sintomas que não são sinónimos de doença mental”.
“O papel de quem chefia é fundamental. Quem coordena deve estar mais atento àqueles que por algum motivo podem estar mais vulneráveis, ou porque tem antecedentes, ou porque está mais sozinho, sem grande rede de suporte”, defende Teresa Maia.
[notícia atualizada às 20h18]