29 abr, 2020 - 14:15 • Redação
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As autoridades de saúde já começaram a reforçar o Sistema Nacional de Saúde (SNS) para uma possível segunda vaga da Covid-19 em Portugal, que poderá acontecer na sequência do fim das medidas de confinamento, que progressivamente serão levantadas após o fim do estado de emergência, a 2 de maio.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, garante que o país está preocupado com uma segunda vaga e as medidas concretas serão anunciadas, em breve, pela ministra da Saúde, Marta Temido.
"Estamos conscientes que não podemos descurar uma segunda vaga e, por isso, estamos a capacitar o SNS através de modelos organizacionais, calendários de atendimento, reprogramação de consultas e cirurgias. O calendário será anunciado em altura oportuna pela Ministra da Saúde, mas temos de criar uma almofada para prevenir uma segunda vaga, não queremos estar desprevenidos", diz Lacerda Sales.
O secretário de Estado atualizou ainda a capacidade máxima de internamento que o SNS dispõe, à data.
"Temos capacidade de 21 mil camas para agudos, 11 mil são de especialidades médicas e 9 mil de especialidades cirúrgicas. Temos cerca de mil pessoas internadas, o que confere algum conforto em termos de decisão de gestão flexível e gradual da capacidade", explica.
A atualização surge na sequência das declarações de Luis Mira, da Confederação dos Agricultores Portugueses que, à saída da reunião com os especialistas do SNS, afirmou que foi revelado que o limite para a rutura do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em caso de segunda vaga de Covid-19 no país, são quatro mil internamentos.
“Era o ponto a partir do qual não havia capacidade. Deram também a informação que, neste momento, há cerca de mil pessoas com Covid que ainda estão nos hospitais. Esta é uma folga de três mil pessoas a mais que podiam absorver sem haver rutura”, explica Luis Mira.
Sobre o possível regresso do desporto profissional no país, o secretário de Estado remete para as medidas que serão anunciadas por António Costa na quinta-feira: "Estão em estudo e a ser acompanhadas por um grupo de trabalho, onde também a DGS está integrada. Não vou antecipara nada, o primeiro ministro falará na quinta-feira".
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A diretora-geral da Saúde explica que, à semelhança do que tem sido feito nas últimas semanas, a DGS vai acompanhar os efeitos das medidas de desconfinamento da população.
"Todas as medidas que tomámos fizeram com que a curva fosse aplanada e descendente. Temos de monitorizar o efeito do desconfintamento, porque vai aumentar o contacto entre as pessoas. Temos de monotorizar bem a evolução da pandemia", termina Graça Freitas.
Graça Freitas voltou a frisar a importância dos pais vacinarem os filhos para evitar surtos de outras doenças.
"Volto a fazer um apelo muito sério aos pais e cuidadores para que não deixem de vacinar as crianças. Estamos numa epidemia, mas se baixarmos a vacinação podemos ter outras epidemias. Veja se o seu filho tem o boletim em dia e leve ao centro de saúde, é seguro vacinar e é seguro ir aos centros de saúde", explicou.
O estado de emergência termina em Portugal a 2 de maio. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já anunciou que não irá renovar o estado de emergência.
Portugal conta com 24.505 casos positivos do novo coronavírus, 973 óbitos e 1.470 casos recuperados. Há 980 pessoas internadas, das quais 169 estão em unidade de cuidados intensivos.
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