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pandemia de Covid-19

Abrir creches pode ser “muito complicado” se crianças não cobrirem despesas

30 abr, 2020 - 12:15 • Fátima Casanova

Em entrevista à Renascença, a presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular lembra que há investimento a fazer e defende reabertura simultânea dos jardins de infância.

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Tem um sabor agridoce a notícia da reabertura das creches no dia 18 de maio. A presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino avisa que uma abertura parcial pode não compensar e constituir mesmo um problema para os estabelecimentos.

Susana Batista reconhece que “é uma boa opção para os pais”, mas corre-se o risco de as “creches fazerem um grande investimento com equipamentos de proteção, tirar as pessoas do ‘lay off’ e depois não haver um número suficiente de pais que venham deixar os filhos nas creches”.

Esta responsável avisa que “pode ser muito complicado gerir, porque depois as creches ficam sem qualquer apoio para suportar os custos, a estrutura e os ordenados dos funcionários e insiste que esta poderá ser uma “situação mesmo muito complicada e as creches estão agora com esse receio”.

Jardim de infância deveria acompanhar reabertura das creches

A presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular lamenta ainda que o jardim de infância não acompanhe a reabertura das creches, já que assim aumentava a possibilidade de mais pais deixarem os seus filhos nestes estabelecimentos.

Susana Batista sublinha que “todas as regras de proteção e segurança” que as creches têm de cumprir “também temos de ter com a outra valência, não há qualquer diferença”, e acrescenta que "o risco de contaminação com crianças de um e dois anos ou de três, quatro, quatro e cinco anos é exatamente igual".

Com o jardim de infância encerrado, há pais “que vão continuar com os filhos em casa”, afirma. Há “muitos pais com crianças nas duas valências e se os pais não tiverem uma solução de jardim de infância, com certeza que não vão de propósito deslocar-se para deixar uma criança de creche e voltar para casa com uma criança de jardim de infância”.

Esta responsável admite, por isso, que “vai haver um grande número de pais que acabarão por não colocar as crianças nas creches”. Se o Estado não ajudar, “será mais problemático”, reconhece ainda Susana Batista.


Pais satisfeitos exigem garantias de segurança

Para os pais, esta reabertura das creches a 18 de maio é uma boa notícia. O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) salienta que é uma “resposta para muitas famílias que precisem de voltar ao trabalho”.

Jorge Ascenção avisa, no entanto, que “é preciso garantir todas as condições de segurança para que as crianças possam estar nas creches”.

Também o presidente da CNIPE, a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, aplaude a reabertura das creches. Rui Martins mostra “confiança pelas decisões que estão a ser tomadas pela Direção Geral da Saúde e por todos os especialistas” que têm estado a ser ouvidos na preparação do plano, para a reabertura gradual do país.

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