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Ministra da Saúde defende manifestações do 1.º de Maio

02 mai, 2020 - 12:49 • Inês Braga Sampaio

Marta Temido lembra que, noutros países, a comemoração do Dia do Trabalhador foi "marcada por incidentes e necessidade de recurso à força". Elogios à resposta de Portugal à pandemia são mérito dos cidadãos, dos profissionais de saúde e da união, defende a ministra.

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A ministra da Saúde defendeu, este sábado, as mais de 20 manifestações "simbólicas" da CGTP, de comemoração do 1.º de Maio.

Na conferência de imprensa de atualização da situação pandémica da Covid-19 em Portugal, este sábado, Marta Temido lembrou que a celebração do Dia de Trabalhador "constituía uma exceção especificamente consagrada no decreto presidencial relativo ao estado de emergência" e enalteceu os cuidados observados no sentido de manter as regras de distanciamento social.

"Foi uma opção do país assinalar esta data. Os participantes fizeram um evento bastante distinto do formato habitual de uma manifestação festiva. As pessoas encontravam-se distantes, em termos do seu posicionamento, muitas delas utilizavam uma máscara, deslocaram-se e colocaram-se em locais marcados, tinham regras de arrumação e permaneceram num período bastante inferior ao habitual. As forças de segurança conseguiram garantir que todo o evento decorria dentro deste contexto, mas com cumprimento das regras", assinalou a governante.

Para sustentar esta posição, a ministra da Saúde chamou à atenção o facto de que, noutros países, as comemorações do Dia do Trabalhador "foram marcadas por incidentes e pela necessidade de recurso à força".

"Nesta comparação, reside alguma da justificação para a forma que encontrámos para organizar este momento distintivo da nossa vida como um todo. Como outros momentos que já aconteceram e outros que virão a acontecer, enquanto durar este período de vida com a Covid-19, e que têm de ser tratados de forma distinta. Com cautela, mas sendo assinalados", frisou.

Elogios de Trump refletem união na resposta à Covid-19


Na sexta-feira, a Presidência da República revelou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, telefonara a Marcelo Rebelo de Sousa, para elogiar a resposta de Portugal à pandemia do novo coronavíus.

Este gesto não veio só, uma vez que já de França e Espanha tinham chegado palavras elogiosas. A ministra da Saúde tira da avaliação positiva da resposta portuguesa uma valiosa lição de união:

"Foi muito importante a possibilidade de todos termos adotado uma estratégia de nos colocarmos contra a doença e não uns contra os outros. Essa é a lição mais importante para quem vai, agora, fazer e acompanhar o alívio das medidas, sobretudo no Serviço Nacional de Saúde, com essa capacidade de manter uma estratégia de trabalho que continue a colocar-nos todos do lado da solução e não do problema."

Marta Temido fez questão, também, de atribuir o mérito, pela resposta à pandemia, ao compromisso dos cidadãos e dos profissionais de saúde.

"Mérito das portuguesas e dos portugueses, que num contexto especial souberam responder à altura das suas responsabilidades. Por outro lado, o nosso sistema de saúde, baseado no Serviço Nacional de Saúde, teve capacidade de não deixar ninguém para trás e de contar com um esforço muito intenso, da parte dos nossos profissionais de saúde, que não são só os prestadores diretos de cuidados, que responderam com toda a sua disponibilidade, empenho e competência", enalteceu.

De acordo com os dados divulgados pela DGS, este sábado, Portugal regista 1.023 óbitos devido à Covid-19, entre 25.190 casos confirmados.

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