04 mai, 2020 - 12:09 • Rosário Silva
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No dia em que o país começa a aprender novas rotinas, a ACOS – Associação de Agricultores do Sul lembra que, apesar das dificuldades colocadas pelos efeitos da Covid-19, “a agricultura não pode parar e a procura de soluções para a nova realidade também não.”
Numa mensagem dirigida aos cerca de 1.700 associados, a maioria dos quais concentrados na região do baixo Alentejo, a associação defende “novas abordagens” para um setor que continua a trabalhar, mas com notórias complicações, nomeadamente ao nível do escoamento de produtos e dos baixos preços ao produtor.
“A economia das explorações está a ser afetada, sendo necessárias medidas de apoio imediato para evitar a falência das empresas e o aumento do desemprego”, alerta a ACOS, que alude a “ondas de choque com reflexos negativos no setor”, em consequência da atual pandemia.
Sem baixar os braços, a organização afirma que “está a trabalhar para dar resposta às necessidades dos seus associados, designadamente, na instrução e submissão das candidaturas ao Pedido Único, que estão neste momento a decorrer.”
Por outro lado, e à semelhança dos serviços de apoio técnico, com procedimentos de segurança e articulação entre equipas, “a loja dos produtos veterinários também está a funcionar, assim como os laboratórios e os serviços de comercialização de ovinos e de bovinos”, revela a mensagem.
Em funcionamento estão ainda os serviços de sanidade animal, tosquia e lãs e o SIRCA (Serviço de Recolha de Animais Mortos na Exploração) considerado de “interesse público”.
Na missiva que dirige aos agricultores, a ACOS afirma “estar consciente” de que a “Agricultura Con(s)ciência” – o mote lançado este ano no âmbito da Ovibeja, entretanto cancelada e adiada para 2021 – “impõe-se agora mais do que nunca.”
Nesse sentido, revela que está a preparar um conjunto de ações, cuja finalidade é a partilha de conhecimento e a transferência de novas tecnologias para a produção, com recurso a várias ferramentas incluindo as tecnologias de informação e comunicação.
“A ciência impõe-se como resposta objetiva e de salvaguarda da qualidade. O reforço do trabalho conjunto, onde se inclui a articulação da produção e escoamento dos produtos, seja de origem animal, seja de origem vegetal, é outro dos indicadores que importa trabalhar”, fundamenta a associação.
Admitindo “perturbações a curto ou médio prazo nos canais de comercialização”, a ACOS sublinha que “o fator confiança aliado à qualidade, a preservação do ambiente, o desenvolvimento dos territórios rurais, a garantia da produção mínima que salvaguarde a soberania alimentar e a coesão territorial”, são aspetos de uma nova realidade que é preciso ter em conta.
“A ACOS quer fazer parte da solução na defesa dos interesses dos seus associados a sul do Tejo”, e ser, por outro lado, “a voz de quem está no terreno”, sendo fundamental a abordagem, afirma, “de novas políticas tanto nacionais, como na nova PAC” (Política Agrícola Comum).
“De “mãos dadas com a ciência” importa salvaguardar a produção de qualidade e estimular a saúde e vitalidade das empresas do sector primário nas zonas de interior, como é o caso do Alentejo”, acrescenta, apelando à colaboração de todos, através da partilha de informação, de experiências e de conhecimento.