07 mai, 2020 - 07:35 • Luís Aresta
A máscara passou a ser “adereço” obrigatório, mas condizer com o vestuário é o critério menos importante no momento de comprar.
Com base em informação recolhida junto da entidade certificadora, o CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e Vestuário de Portugal, a Renascença explica-lhe como adquirir e usar uma máscara, em segurança.
Como sei que estou a comprar uma máscara segura para a minha saúde e para a dos outros?
A forma mais fácil será adquirir uma máscara com o selo “CITEVE”, criado justamente com o objetivo de proporcionar ao cidadão comum a garantia de que está a adquirir um produto que foi devidamente testado e cumpre todos os requisitos de segurança.
Uma máscara profissional é mais segura do que uma máscara de uso geral?
Sim, mas tal não significa que deva comprar uma máscara profissional, cujo uso pode até tornar-se desconfortável. Uma boa máscara de uso geral será suficiente para preservar a sua saúde e a dos outros.
As máscaras laváveis, muto criativas e coloridas, à venda, por exemplo, na internet, são seguras?
Depende. O importante é que, antes de comprar, exija o certificado CITEVE ou, em alternativa, um comprovativo de que a máscara foi submetida a ensaios em laboratório acreditado e possui as caraterísticas especificadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Também deve assegurar-se de que a máscara vem acompanhada de um folheto informativo sobre a sua forma de utilização, lavagem e outros cuidados a ter.
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Que caraterísticas deve ter uma boa máscara para uso geral?
Uma máscara deve ter capacidade de filtração, ou seja, conseguir reter os microrganismos que tentam atravessá-la; por outro lado, tem de ter respirabilidade, isto é, tem de se deixar atravessar pelo ar, caso contrário a máscara não funciona como tal e o ar entra e sai pelos lados.
Portanto, ser respirável e ter capacidade de filtração são as duas principais caraterísticas. Mas há outros aspetos a ter em conta. Por exemplo, a forma da máscara deve permitir que ela assente bem no rosto – isto tem a ver com a configuração e os materiais de que é feita.
Deve também prestar muita atenção ao comportamento dos elásticos e do clipe nasal (o elemento metálico que permite um bom ajustamento da máscara ao nariz e ao rosto).
Devo comprar máscaras descartáveis ou laváveis?
Ambas as opções são válidas. De acordo com as recomendações da DGS, ao fim de quatro horas de utilização consecutiva, ou se ficar encharcada, a máscara deve ser substituída por uma nova ou previamente lavada. Ou seja, devemos sempre ter connosco uma segunda máscara de reserva.
Se eu andar o dia todo com máscara, duas podem não ser suficientes…
Pode acontecer, mas se pensarmos em oito horas de utilização consecutiva, duas máscaras são suficientes. A máscara é para usar nos contextos de precaução da saúde pública definidos pela DGS, ou seja, em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas (como supermercados, farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais, transportes públicos, etc.).
Não faz qualquer sentido usar máscara, por exemplo, em espaços ao ar livre onde a concentração de pessoas é muito reduzida, só porque “fica bem andar de máscara” ou porque ela confere um visual mais atraente.
Tenho de trocar de máscara. Como devo proceder?
Deve proceder à troca com o distanciamento social aconselhável de pelo menos dois metros. Se a máscara que vai retirar for descartável, deve ser depositada no lixo comum; se for uma máscara lavável, deve ser colocada num saco de plástico para depois ser lavada e ficar de novo pronta para utilização.
A quantas lavagens resiste uma máscara e como deve ser lavada?
Pode lavar com um detergente normal. A temperatura da água é muito importante. A máscara deve ser submetida a uma lavagem a 60 graus. Quanto ao número de lavagens, no caso das máscaras certificadas pelo CITEVE a garantia dada é de que, após a quinta lavagem, a máscara ainda está em boas condições e apta a ser utilizada.
Muitas publicações que vemos na internet apontam e(...)
Como posso saber que uma máscara lavável perdeu qualidades e deve ser colocada definitivamente de parte?
A deficiente respirabilidade, ou um mau ajustamento ao rosto e ao nariz, são sinais claros de que a máscara perdeu qualidades e terminou o seu ciclo de vida.
Para além dos sinais exteriores de degradação não é possível, de uma forma “caseira” verificar que uma máscara mantém intacta a sua capacidade de filtração (caraterística essencial ao seu bom funcionamento). Os testes em laboratório permitem detetar partículas microscópicas (com a dimensão de três milésimos de milímetro); tal não é possível verificar a olho nu.
Por princípio, deve evitar usar uma máscara para além da garantia dada pelos testes laboratoriais, por exemplo o número de lavagens.