07 mai, 2020 - 14:02 • Luís Aresta
O número de doentes infetados voltou a aumentar em Lisboa, com o fator de contágio acima do resto do país, mas a DGS ainda não tem explicações para dar.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta quinta-feira ainda não haver explicação para o aumento de casos confirmados de Covid-19 na região de Lisboa.
Nos últimos dois dias foram registados 694 novos casos de doentes infetados (294 nas últimas 24 horas).
A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a tentar identificar se o problema “corresponde a fenómenos isolados, sabendo que em Lisboa têm sido feitos rastreios maciços e que pode haver aqui o efeito desse rastreio”.
Graça Freitas, sem revelar um número preciso, disse ainda que o chamado fator ‘R’, que permite avaliar o grau de contágio da epidemia é, em Lisboa “ligeiramente superior ao do resto do país”, de acordo com base nos últimos cálculos efetuados pelo Instituto Dr. Ricardo Jorge.
Depois dos sindicatos de professores terem reclamado a generalização de testes aos profissionais do setor antes do regresso às escolas, a diretora-geral da Saúde não se comprometeu com tal medida, lembrando que neste momento os testes de rastreio estão limitados aos lares, estabelecimentos prisionais e creches.
“Estão a ser analisadas outras situações que requeiram o mesmo tipo de atenção”, declarou Graça Freitas.
A DGS está também a ponderar a realização de testes retroativos, para perceber se já havia doentes infetados pelo novo coronavírus em Portugal, antes de declarado oficialmente o primeiro caso, como já aconteceu noutros países.
A DGS insiste que “desde o dia 14 de abril não nota, para todas as doenças e todas as idades, nenhuma alteração do padrão da mortalidade de acordo com o esperado para esta altura do ano.
Graça Freitas anunciou que este ano já se está a “codificar as causas de morte em geral” para que se perceba melhor a causa da morte e não apenas o número de mortes.
Foram registados casos de Covid-19 em, pelo menos, 351 lares de idosos, anunciou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa diária de apresentação do boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
"Do universo de 2.526 estruturas residenciais para idosos, cerca de 14% têm casos de infeção, ou seja, 351 lares", revelou o secretário de Estado da Saúde.
Portugal regista 1.105 mortos (são mais 16 que na quarta-feira) e 26.715 infetados (mais 533, o que equivale a uma subida de 2%, os maiores número e percentagem de novos casos desde 25 de abril) pelo novo coronavírus, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).