10 mai, 2020 - 16:14 • Cristina Nascimento
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O pai e a madrasta da criança de nove anos encontrada morta este domingo em Peniche estão "fortemente indiciados do crime de homicídio", avançou Fernando Jordão, coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, em conferência de imprensa.
A criança estava desaparecida desde quinta-feira e foi encontrada sem vida esta manhã. Segundo a PJ, os dois suspeitos estão "fortemente indiciados por homicídio e ocultação de cadáver, entre outros crimes".
Nestes esclarecimentos à imprensa, Fernando Jordão refere que tudo aponta para que o homicídio tenha decorrido "dentro da habitação" na passada quarta-feira, um dia antes de ter sido dado o alerta para o desaparecimento da criança.
Jordão adianta que o corpo terá sido retirado do interior da habitação ainda na quarta-feira e levado para um pinhal. O cadáver foi encontrado “numa zona de mata da Serra d’El Rei [freguesia de Peniche], tapado por arbustos”.
O coordenador da PJ de Leiria adianta que o crime estará relacionado com "questões internas do funcionamento da família" e afasta a hipótese de acidente, bem como a existência de mais suspeitos envolvidos no caso.
A Judiciária garante ainda que a criança e a família não estava referenciadas como tendo problemas, nem de maus tratos, nem de violência doméstica.
Os detidos têm 32 anos, o pai da criança, e 38 anos, a madrasta. Além da criança encontrada morta, estava em casa dos dois suspeitos mais três crianças “de 11/12 anos, quatro anos e outra com meses”, não sendo possível, nesta altura, saber se terão assistido a alguma coisa.
Ainda segundo Fernando Jordão, a criança agora encontrada morta deveria estar com a mãe mas, face à pandemia da Covid-19, estava já "há algum tempo" com o pai e a madrasta.
Na conferência de imprensa desta tarde, Diogo Morgado, capitão da GNR de Leiria, esclareceu que durante os dias em que se realizaram buscas para tentar encontrar a criança estiveram envolvidos 600 elementos da GNR, Bombeiros, Proteção Civil, entre outros, e foi abrangida uma área de cerca de quatro mil hectares.
Ainda assim, adiantou o militar da GNR, não tinha sido contemplado o local onde estava o corpo da criança.
Diogo Morgado esclareceu ainda que os suspeitos agora detidos não participaram nas buscas pela criança, de forma voluntária.
A GNR confirmou ainda que, durante as operações de buscas, surgiram informações sobre um alegado avistamento da criança nas Caldas da Rainha, o que não se verificou ser verdade.
[notícia atualizada às 19h16]