12 mai, 2020 - 09:35 • Isabel Pacheco (entrevista), Vítor Mesquita (texto)
“As medidas não estão vocacionadas para entender que a criança, de repente confinada em casa, está depois confinada numa creche sem adultos de referência, sem contacto direto. Há aqui questões que têm de ser acuteladas”.
A inquietação é partilhada por Maria de Fátima Aresta, depois da Renascença ter revelado um documento do Governo que prevê ligeiras alterações às normas para a reabertura.
Autora de uma carta aberta enviada ao Governo, na qual questiona as razões de escolha para que sejam as creches as primeiras a abrir no período de retorno à vida ativa, Maria de Fátima Aresta defende que “a criança, enquanto ser com direitos, não está a ser contemplada” nas normas definidas por Governo e autoridades de saúde.
Pandemia de Covid-19
Associação de Profissionais de Educação de Infânci(...)
Num olhar sobre o documento revelado pela Renascença, a educadora de infância identifica boa vontade na tentativa de mitigar a questão do distanciamento entre crianças.
No entanto, refere que para os profissionais “um metro e meio ou dois metros não vem alterar nada porque isso não vai poder acontecer". "Nem em relação às crianças, nem em relação às crianças com o adulto”, complementa.
A falta de informação não só impede as creches de (...)
A educadora acrescenta que é impossível conseguir concretizar a questão da divisão das crianças em grupos e que se usem as salas disponíveis nas instituições. Lembra que dia 1 de junho já reabrirá o pré-escolar, impossibilitando a melhor gestão do espaço.
Maria de Fátima Aresta atribui o mesmo grau de dificuldade à garantia de pessoal de prevenção para substituir colegas doentes. Sublinha que “é muito complicado crianças nestas idades aceitarem adultos que não são os de referência”
A educadora de infância alerta, ainda, que, nesta altura, os profissionais estão em autoformação.
A menos de uma semana da reabertura considera praticamente impossível formar as pessoas que, nesta altura, estão “a desinfetar salas, equipamentos, a retirar brinquedos, a adaptar as condições físicas dos espaços para receber crianças em segurança, a normalizar espaços e avaliar percursos e alternativas junto da equipa para que se consiga funcionar o melhor possível.
Alegadas notificações de “entidades oficiais que n(...)