12 mai, 2020 - 16:18 • Dina Soares
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O PSD quer saber se o Governo "é ou não" contra o prolongamento do funcionamento da Central Nuclear de Almaraz (CNA), depois de Espanha ter decidido que esta poderá funcionar até 2028.
Os deputados sociais-democratas entregaram esta segunda-feira, no Parlamento, uma pergunta dirigida ao ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, lembrando que esta central, que é refrigerada pelas águas do Tejo, já devia ter sido encerrada em 2010, mas o seu encerramento tem sido sucessivamente adiado.
Na semana passada, depois de o Conselho de Segurança Nuclear espanhol ter anunciado a renovação de autorização de funcionamento da central, o ministro do Ambiente referiu que Espanha fez aquilo que estava previsto. "Almaraz será uma das primeiras a fechar tal como estava previsto no plano. Espanha fez aquilo com que se comprometeu com Portugal, consigo própria e com a União Europeia, que é encerrar a central até 2028".
No requerimento hoje divulgado, o PSD questiona o Governo sobre que diligências realizou com vista ao mais rápido encerramento da Central Nuclear de Almaraz, tal como foi aprovado numa recomendação da Assembleia da República.
"Foi Portugal ouvido no processo de avaliação que o CNS espanhol realizou no âmbito da autorização da renovação do prolongamento de funcionamento da Central Nuclear de Almaraz? Se sim, qual a posição que Portugal tomou no processo? Se não, que posição tomará face aos factos atualmente conhecidos?", questionam.
O PSD quer ainda saber como está o processo de negociações com o Governo espanhol sobre as interligações elétricas Portugal - Espanha e desafia o executivo a esclarecer a sua posição quanto à central.
O tema deverá ser debatido na Comissão parlamentar de Ambiente na quarta-feira. O deputado do Bloco de Esquerda e presidente da Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, José Maria Cardoso, adiantou à Lusa que irá também propor na próxima audição regimental, que decorre a 20 de maio, seja incluído um ponto sobre a central nuclear de Almaraz. Deixa também em aberto a possibilidade de a comissão fazer diligências no sentido de ter contactos diretos com os seus homólogos espanhóis.