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​Cavalos Garranos podem prevenir incêndios florestais?

13 mai, 2020 - 15:38 • Olímpia Mairos

A Universidade Transmontana integra um estudo europeu que pretende conjugar a “utilização do fogo controlado com o pastoreio de cavalos garranos, respetivamente na limpeza e manutenção das áreas de matos".

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A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a participar no projeto europeu que visa desenvolver um modelo de gestão sustentável a fim de permitir a redução de risco de incêndio, garantir a preservação dos serviços dos ecossistemas e a qualidade ecológica dos espaços abertos de montanha de elevado valor ambiental.

O projeto chama-se Open2preserve, é liderado pela Universidade Pública de Navarra e conta com um financiamento de cerca de um milhão e setecentos mil euros.

No caso concreto do estudo que está a ser desenvolvido pela UTAD, “pretende-se conjugar a utilização do fogo controlado com o pastoreio de cavalos de raça Garrana, respetivamente na limpeza e manutenção das áreas de matos”, refere a universidade em comunicado.

De acordo com a responsável pelo projeto na UTAD, Filipa Torres-Manso “trata-se de um projeto inovador que utiliza Garranos na gestão do espaço florestal e, consequentemente, na prevenção de incêndios, visando igualmente implementar uma estratégia sustentável do ponto de vista socioeconómico”.

A ideia dos investigadores é que os cavalos, com o pastoreio, ajudem a diminuir a carga de biomassa.

Pretende-se também desenvolver a valorização da raça Garrana, uma raça autóctone de equídeos portugueses, característicos do Minho, através de estratégias que passam pela “implementação de produtos turísticos que consistem na observação de cavalos em estado semisselvagem”, acrescenta a investigadora.

O ensaio está a decorrer numa área de baldio no Vale da Campeã, concelho de Vila Real, Sítio Rede Natura 2000 “Alvão-Marão”. Dentro de uma área de 11 hectares, foram criadas três parcelas, numa das quais foi realizado fogo controlado durante o inverno de 2019 e onde estão os garranos em pastoreio, outra, que foi também submetida a um fogo de inverno e, uma última, sem qualquer intervenção, constituindo a parcela de controlo.

Esta área encontrava-se “bastante vulnerável a incêndios e sem qualquer valor para o pastoreio”. Com a utilização do fogo controlado, verificou-se uma “rápida recuperação da vegetação, surgindo novas espécies herbáceas e um rejuvenescimento dos matos pré-existentes”, acrescenta a responsável do projeto na UTAD.

O projeto piloto tem a duração de dois anos, é apoiado pelo Interreg-Sudoe e tem ainda como parceiros o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade de Santiago de Compostela, a Universitat Autònoma de Barcelo a, a Fundació d'Ecologia del Foc i Gestió d'Incendis Pau Costa Alcubierre, a Agencia Estatal Consejo Superior de Investigaciones Cientifica, o Instituto Navarro de Tecnologías e Infraestructuras Agroalimentarias, a Chambre d'agriculture des Pyrénées Atlantiques, a Société d'élevage des Pyrénées Orientales, o Centre National de la Recherche Scientifique, a Junta de Andalucía, e a Fundación Centro Tecnolóxico da Carne.

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