13 mai, 2020 - 13:55 • Manuela Pires , Luís Aresta
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A versão final das orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a reabertura das creches esclarece que o distanciamento social não deve comprometer as normais atividades lúdico-pedagógicas. Já a entrada dos pais volta a ser possível, ainda que deva ser evitada. DGS quer um número reduzido de crianças por sala e que os brinquedos sejam higienizados várias vezes por dia.
O documento de orientação destinado às creches e amas – com regresso à atividade previsto para 18 de maio, mesmo que não tenham crianças suficientes – evidencia que a DGS teve em conta alguns dos alertas dos educadores de infância e outros especialistas.
O texto final acaba por aliviar alguns aspetos mais constrangedores de interação e organização do ambiente nas creches, de uma forma geral, sem deixar de sublinhar o cuidado extremo que deve ser tido em conta no regresso das crianças às creches.
No âmbito das medidas gerais, a orientação oficial do Governo, através da DGS, surge aligeirada, por exemplo, na redução do número de crianças por sala e na maximização do distanciamento entre crianças, que deve ser aplicado na maior parte das atividades.
Já encarregados de educação deixam de estar proibidos de entrar nas creches. O documento final mantém, todavia, que as crianças devem ser entregues e recebidas pelos encarregados de educação à porta do estabelecimento, evitando, sempre que possível, a sua circulação dentro da creche.
Na sua versão final, a orientação da DGS deixa de conter normas especificamente dirigidas às amas, aplicando-se de uma forma geral a creches, creches familiares e amas.
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No geral, mantém-se o grosso das orientações já conhecidas e que a Renascença divulgou em primeira mão, agora aligeiradas nos detalhes acima referidos.
No essencial, a DGS quer um número reduzido de crianças por sala, nas creches, para que haja distanciamento, mas sem pôr em causa o normal funcionamento das atividades lúdico-pedagógicas.
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O documento, assinado pela diretora-geral da Saúde, refere, ainda, que os sapatos não podem entrar nas salas onde as crianças se sentam ou deitam no chão. Os pais podem levar calçado só para uso exclusivo pelas crianças no interior da creche.
Na hora de ir para a mesa, os lugares são marcados, para garantir o distanciamento, e a deslocação deve ser desfasada. Ou, então, as crianças podem comer nas respetivas salas.
Para a sesta, cada criança deve ter o seu berço ou colchão. Há, também, regras para a colocação das camas, com distância entre 1,5 e dois metros. As posições dos pés e das cabeças das crianças devem ser alternadas e a limpeza deve ser reforçada antes e depois da sesta.
Todos os funcionários devem usar máscara cirúrgica e devem ser desinfetados todos os locais, com especial atenção nas superfícies à altura das crianças.
As orientações da DGS incluem, também, o transporte: nas carrinhas da escola, deve existir apenas uma criança por banco e o carro deve ser desinfetado após cada viagem.
A situação está a revoltar os responsáveis, que d(...)
Depois de, numa primeira fase, se ter fechado sobre si própria – o que motivou críticas de representantes das creches e da Associação Portuguesa de Educadores de Infância -, a DGS está, agora, aberta aos contributos que lhe estão a chegar.
Ao que a Renascença apurou, nas próximas horas, haverá uma reunião entre representantes dos educadores de infância, creches e elementos dos Ministérios da Saúde e da Solidariedade Trabalho e Segurança Social.
O objetivo é esclarecer medidas e minimizar os fatores passíveis de perturbar o regresso à atividade nas creches.