14 mai, 2020 - 09:15 • Redação
Este ano, pela primeira vez, os bombeiros estagiários vão estar no combate aos fogos, sem terem feito o exame final nem acabado o curso.
De acordo com o "Jornal de Notícias", a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) vai integrar cerca de 2.000 estagiários no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR). A decisão é justificada com a necessidade de reforçar o socorro em tempo de pandemia. A proposta foi feita pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
No entanto, o despacho da Proteção Civil levanta problemas legais, inclusive relativamente à segurança dos estagiários, que poderão não ser resolvidos a tempo da fase de maior incidência de incêndios. A Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV) exige respostas.
"Os seguros dos bombeiros são feitos pelas câmaras. A ANEPC vai dar seguro a estas centenas de jovens já ou só depois de um perder a vida?", questiona João Marques, líder da APBV, citado pelo "JN".
Os Bombeiros de Palmeira, tal como a Fénix - Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil, alertam que os estagiários não estão abrangidos por seguros e consideram que não podem operar num cenário de alto risco, mesmo que supervisionados.
Em declarações ao "JN", o presidente da LBP, Jaime Marta Soares, defende que a proposta é "consciente e segura" e foi tomada "após escutar muitas corporações".
"Estes jovens querem concluir o curso e ninguém sabe quando isso acontecerá. Isso levaria a desistências e era uma perda muito grande. Se a questão é terem o canudo, asseguro que não seriam melhores. É uma questão de emergência. Eles irão acabar a formação", garante.