16 mai, 2020 - 16:27 • Lusa
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, garantiu, este sábado, que Portugal “está muito atento” e a trabalhar de perto com as unidades pediátricas sobre a doença de Kawasaki, uma síndrome inflamatória que afeta crianças.
“Portugal está à altura, como os serviços de pediatria, que vão reportando quer a nível nacional, quer internacional, os sintomas, sinais e evolução, contribuindo assim para um maior conhecimento da doença”, disse na conferência de imprensa diária de acompanhamento da pandemia da covid-19.
Graça Freitas referiu que perante o aparecimento de um caso positivo, seja ele ou não inserido num surto, o país tem um “plano muito interventivo, rapidamente interventivo e ainda mais interventivo”.
O caso português de uma criança com uma “situação semelhante” e “quadro clínico parecido” à doença inflamatória grave associada à covid-19 foi reportado internacionalmente, lembrou, acrescentando que Portugal tem estado a dar nota às autoridades internacionais das suas situações.
“A criança foi internada, teve uma situação clinicamente difícil, mas foi muito bem tratada e recuperou”, realçou.
Pedindo tranquilidade aos pais, numa altura em que as creches vão reabrir, a diretora-geral salientou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade para internar e tratar situações mais graves que venham a existir.
“Felizmente, e até à data, as crianças que temos tido doentes, independentemente de ter um quadro clínico mais ou menos grave, tiveram todas uma evolução positiva”, vincou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) procura provas sobre a ligação entre a covid-19 e a doença de Kawasaki, uma síndrome inflamatória que afeta crianças, revelou na sexta-feira o presidente da entidade, Tedros Adhanom Gebreyesus.
"As hipóteses iniciais indicam que essa síndrome pode estar ligada à covid-19", afirmou o responsável em conferência de imprensa através da Internet, sublinhando que o estudo desta relação "é crítico e urgente".
Portugal contabiliza 1.203 mortos associados à covid-19 em 28.810 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 13 mortos (+1%) e mais 227 casos de infeção (+0,8%).
Das pessoas infetadas, 657 estão hospitalizadas, das quais 115 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados é de 3.822.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou na sexta-feira novas medidas que entram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios. O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura das praias para 06 de junho.