16 mai, 2020 - 07:17 • Teresa Paula Costa
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O projeto denomina-se “65 – Longe mais perto” e arrancou a meados de março graças a 20 “tablets” que a Altice ofereceu à GNR para distribuir pelos comandos distritais. O objetivo é colocar os idosos a falar com os familiares, diminuindo assim a solidão, uma vez que, devido à pandemia de Covid-19, têm de ficar em casa.
Na Azinhaga, concelho da Golegã, os agentes do destacamento territorial de Torres Novas, deslocam-se todos os dias a casa de idosos para lhes levar medicamentos, alertá-los para os cuidados a ter com os burlões e colocá-los em contacto com os familiares que estão longe. A videochamada é feita através dos “tablets”.
Para a septuagenária Odete, o momento é aguardado com muita alegria, pois assim tem a oportunidade de ver e falar com Joana, a nora, e Inês, a neta, que vivem na Suíça.
Depois de trocarem palavras e matar saudades, Odete confessa a sua felicidade por ter podido estabelecer aquele contacto que, de outra forma, não conseguiria.
“Gostei de os ver”, salientou a septuagenária que não aprendeu a lidar com estas tecnologias, por isso, agora lamenta não ter forma de o fazer por si.
Na área de intervenção deste Destacamento Territorial, mais de dois mil idosos recebem este miminho, mas em todo o país são cerca de 42 mil os que estão a ser apoiados pelo programa “65 – Longe mais perto”, da GNR, no sentido de quebrar a solidão dos mais velhos.
Segundo Hélder Barros, porta-voz da GNR, “os agentes funcionam muitas vezes como uma companhia e um apoio a estas pessoas que têm tão poucas outras a contactar”. Mas o projeto visa também “identificar possíveis cenários da necessidade de uma abordagem psicológica.”
Para os familiares dos idosos que estão longe, esta surpresa surgiu em boa hora. Maria Elisa, filha de Maria Oliveira, outra idosa contemplada com o contacto dos agentes, diz que “isto foi uma ideia ótima, que agradeço de coração porque sei que eles estão muito felizes e é uma maneira de estarmos um bocadinho mais perto deles.”
Os “tablets” foram cedidos pela Altice no âmbito de um projeto em que também foram contempladas instituições de solidariedade social e hospitais.
Segundo André Figueiredo, da empresa de telecomunicações, “este projeto de equipamentos que permitam conversação com imagem, videochamada, está a ser feito com várias instituições, a CNIS, o Ministério da Solidariedade Social e hospitais portugueses”.