20 mai, 2020 - 12:08 • Liliana Monteiro
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O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, afirmou, esta quarta-feira, no parlamento, que recebeu "com espanto" algumas informações sobre métodos que o comércio está a utilizar para evitar o contagio por covid-19
"Barbeiros e cabeleireiros que, com a melhor das intenções, fornecem toalhas descartáveis e por cima destas uma toalha de turco... É óbvio que isto não faz qualquer sentido. Tenho notícia de restaurantes que pretendem distribuir louça descartável para maior conforto dos clientes. Não faz qualquer sentido. A louça lavada tem o mesmo grau de protecção que o descartável", disse o ministro.
"Portugal nunca foi o caixote do lixo da Europa e nunca o virá a ser"
Matos Fernandes está a ser ouvido sobre vários assuntos, entre eles, o dos aterros de Valongo e da Azambuja, e mostrou-se preocupado com a produção desnecessária de resíduos descartáveis nesta altura.
"Os aterros são o que são, as imagens não são bonitas e os impactos e perturbações, mas é a realidade e, se não mudarmos o comportamento, tudo ficará na mesma. Temos de agir a montante e prever medidas que impactem na forma de produzir, comprar, utilizar e descartar. Portugal nunca foi o caixote do lixo da Europa e nunca o virá a ser", enfatizou
Em resposta aos deputados, o ministro do Ambiente revelou que "até 15 de maio foi impedida a entrada de 246 mil toneladas de resíduos provenientes de outros países", um número superior ao de resíduos recebidos no ano de 2019, que foi de 230 mil toneladas.
Matos Fernandes esclareceu ainda que está em curso uma acção nacional entre varias entidades para a inspecção dos aterros a nível nacional: "Estão previstas 70 acções de fiscalização e inspeção de aterros, incluindo resíduos não perigosos, perigoso e inertes."
"Até 31 de março foram realizadas 53% das acções planeadas, das 19 que estavam para ocorrer, 10 foram realizadas", precisou.
Portugal reduziu emissões
O ministro do Ambiente revelou, ainda, que os "números provisórios de 2019 apontam para uma redução das emissões em Portugal de 8,5% quando na Europa foi de 4,3%, sensivelmente o dobro", lembrando Matos Fernandes que tal redução num ano em que a economia portuguesa cresceu mais que a economia europeia.
O ministro garante que Portugal reduziu em 21% as emissões desde 2005 ate 2018.