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Covid-19. Morreram 128 idosos dos 35 mil que vivem nos lares das Misericórdias

27 mai, 2020 - 15:24 • Susana Madureira Martins , Marta Grosso

Presidente da União das Misericórdias Portuguesas faz um balanço positivo, com uma taxa de mortalidade inferior a 1% nas instituições.

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O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, revelou esta quarta-feira que morreram 128 idosos por covid-19 nos lares da instituição, o que representa 0,4% do total de utentes que vivem naquelas estruturas residenciais.

“Os resultados são muito bons. Até ao momento, nos lares da cooperação tivemos 128 óbitos por covid-19, o que, num universo de cerca de 35 mil utentes, representa 0,4% do total, sendo que os números da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade são muito parecidos”, afirmou Manuel Lemos, após uma reunião com o primeiro-ministro.

O presidente da UMP diz que o sistema de visitas está a decorrer em "segurança e cuidado" e adianta que, em comparação com números de países vizinhos, como Espanha ou Itália, o resultado é melhor.

Questionado sobre as notícias que deram conta da permanência nos hospitais de idosos que já tiveram alta clínica, após terem sido infetados pelo novo coronavírus, por falta de capacidade dos lares, Manuel Lemos afirmou: “Os lares são estruturas residenciais não são estruturas de saúde. A lei não obriga à presença de um médico nos lares e só obriga a um enfermeiro por cada 40 utentes”.

Para Manuel Lemos, e tal como foi abordado na reunião com o primeiro-ministro com os representantes do setor social e solidário, inserido no conjunto de medidas de emergência e apoio aos mais carenciados, “é necessário reforçar o apoio domiciliário”.

A União das Misericórdias foi uma das quatro instituições da economia social recebidas esta manhã por António Costa, na residência oficial, em Lisboa.

À saída do encontro, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, padre Lino Maia, disse aos jornalistas que o chefe do Governo foi sensível à necessidade de um reforço financeiro a estas organizações, mas sem qualquer compromisso.

“Pessoas com deficiência e idosos, precisam de mais apoio e o apoio tem custos. Neste encontro, o senhor primeiro-ministro tornou-se muito sensível – aliás, já estava muito sensível – a olhar-se mais para o apoio domiciliário, mais para os recursos humanos com idosos em lares e também pessoas com deficiência”, afirmou.

Salário mínimo não pode estagnar

O padre Lino Maia espera que o Governo não desista de cumprir as atualizações até aos prometidos 750 euros, em 2023.

“O salário mínimo tem que ir sendo atualizado sempre. 625 euros não é, diria, vencimento para enfrentar muitas responsabilidades familiares etc”, sustentou.

Mas em quanto deve o salário mínimo ser atualizado? “Há vários fatores a ter em conta”, referiu o presidente da CNIS. “Temos visto que o senhor primeiro-ministro não é muito desistir, vamos ver”, acrescentou.

Da parte da tarde é a vez de António Costa receber os sindicatos e das entidades patronais em São Bento.

Portugal regista hoje 1.356 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que na terça-feira, e 31.292 infetados, mais 285, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Em comparação com os dados de terça-feira, em que se registavam 1.342 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1%.

Quanto à faixa etária das pessoas que morreram, 912 tinham mais de 80 anos e 265 tinham entre os 70 e os 79 anos.

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