28 mai, 2020 - 14:32 • Joana Gonçalves
Dados divulgados esta quinta-feira, no boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), revelam que há 224 concelhos portugueses com, pelo menos, três casos confirmados de Covid-19.
Segundo o mesmo documento, nas últimas 24 horas registaram-se 304 novos casos. No entanto, os dados referentes aos concelhos, dão conta de 313 novos infetados. À Renascença, a Direção Geral da Saúde adianta que "existem sempre acertos nos dados por concelhos, quer por atraso de notificação, quer por relocalização do utente em área de residência".
O diretor do serviço de doenças infecciosas do Hospital Curry Cabral tinha já admitido, também em entrevista à Renascença, atrasos no registo dos dados no SINAVE.
Loures (+40), Lisboa (+36), Sintra (+33), Odivelas (+29), Amadora (+25), Oeiras (+10), Vila Franca de Xira (+10) e Ovar (+9) são os concelhos com maior aumento no número de infetados nas últimas 24 horas, segundo a lista da DGS.
De acordo com o mesmo boletim, 53 municípios registam, pelo menos, mais um caso confirmado de Covid-19 face ao dia anterior e sete concelhos somam mais de mil infetados - Lisboa, Vila Nova de Gaia, Porto, Matosinhos, Braga, Sintra e Gondomar.
Sabendo que a contabilização não será relativa ao total dos casos – nem acompanhará em simultâneo os dados reportados pelas autarquias - a DGS optou por disponibilizar apenas dados do SINAVE, sistema nacional de vigilância epidemiológica.
Lisboa ocupa o topo da tabela com um total 2.290 infetados com o novo coronavírus, seguida de Vila Nova de Gaia (1.553), Porto (1.351) e Matosinhos (1.277). Dos 224 concelhos com pelo menos três casos confirmados de Covid-19, 170 não registam aumento no número de infetados face ao dia anterior.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) foram notificados 265 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas - 87% do total de novos casos.
"Lisboa e Vale do Tejo é a única região do país onde não se verifica uma descida contínua do número de óbitos, há aliás uma ligeira inversão da curva", adiantou o deputado Ricardo Batista Leite, do PSD, na sétima reunião do Infarmed, com especialistas, Presidente, Governo, líderes partidários e parceiros sociais.
O deputado social-democrata afirmou ainda que o Governo vai estudar a possibilidade de adiar a aplicação de algumas das medidas previstas no âmbito da terceira fase de desconfinamento na região de Lisboa e Vale do Tejo.
"Não se pode falar de descontrolo na região Lisboa e Vale do Tejo, há surtos localizados, conhecidos, com cadeias de transmissão que estão a ser acompanhados e com a preocupação de prevenir", sublinhou o Presidente da República.
A Grande Lisboa tem vários focos identificados, em algumas empresas da Azambuja e em três bairros da margem Sul, entre os quais o Jamaica.
Impedir que as pessoas se concentrem em cafés é uma das medidas admitidas pelo delegado de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, para contrariar o aumento do número de contágios em bairros mais desfavorecidos da Grande Lisboa.
A associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, defendeu esta quarta-feira que o bairro, mais conhecido como Jamaica, deveria ser “isolado” e limitado aos moradores, responsabilizando as “pessoas que vêm de outros concelhos” pelo foco de infeção de covid-19.
O pico da Covid-19 na região de Lisboa só deverá acontecer na terceira semana de junho, face ao continuado aumento de casos de infeção. A conclusão resulta dos modelos preditivos desenvolvidos pela COTEC Portugal e pela NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa.
Portugal regista 1.369 mortes (mais 13 que na quarta-feira) e 31.596 casos confirmados (mais 304, número mais alto desde 8 de maio e que supõe um aumento de 1%) de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O relatório desta quinta-feira, com dados atualizados até às 00h00 de quarta-feira, mostra uma subida de 288 no número de recuperados, para um total de 18.637, que representa 59% dos casos confirmados. Há mais três casos ativos: sobe para 11.590.
A taxa de mortalidade mantém-se nos 4,3% (16,9% acima dos 70 anos).
Desde o dia 1 de janeiro, registaram-se 318.810 casos suspeitos. O relatório revela, ainda, que 1.310 casos ainda aguardam os resultados dos testes laboratoriais e mais de 27 mil pessoas estão sob vigilância das autoridades sanitárias.
A região Norte é a que regista o maior número de mortos (761), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (340), da região Centro (237), do Algarve (15) e do Alentejo, com um morto. O boletim dá conta de 15 óbitos nos Açores. O arquipélago da Madeira continua sem registo de mortes por Covid-19.