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Estudo

​Lisboa e Vale do Tejo só deverá atingir pico da Covid-19 na terceira semana de junho

28 mai, 2020 - 12:28 • Luís Aresta

Estudo da Universidade Nova de Lisboa e da COTEC Portugal revela que o pico da pandemia só ocorrerá no final de junho. Lisboa lidera em número de novas infeções, mas, aparentemente, não há correlação entre a aumento do número de casos e a atual fase de desconfinamento.

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O pico da Covid-19 na região de Lisboa só deverá acontecer na terceira semana de junho, face ao continuado aumento de casos de infeção. A conclusão resulta dos modelos preditivos desenvolvidos pela COTEC Portugal e pela NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa.

Nas restantes regiões do país, os picos da prevalência já terão sido atingidos entre o final de abril e o início de maio, revela o mesmo estudo.

Lisboa lidera no aumento de novos casos em termos absolutos (469 nas duas últimas semanas), mas é Alenquer que mais cresceu em termos relativos (95%).

Os novos casos de infeção na região de Lisboa e Vale do Tejo estão concentrados nos municípios de Alenquer, Amadora, Barreiro, Loures, Odivelas, Seixal, Sintra e Lisboa.

"Claramente há um surto em Lisboa, esse surto parece estar restringido à região de Lisboa e em particular a um conjunto também limitado de municípios da região o que, por si, também é positivo. Não se trata de uma nova vaga de epidemia que afete toda a região de Lisboa e Vale do Tejo ou mesmo todo o país, está muito confinado a esses municípios", diz à Renascença um dos coordenadores deste estudo, Pedro Simões Coelho.

Segundo os responsáveis pelo estudo, a boa notícia é que a taxa de reprodução da infeção R(t) se mantém pouco acima de 1, o que não indicia a existência de cadeias de transmissão descontroladas, nem antecipa um novo crescimento exponencial da epidemia.

Por outro lado, os modelos que combinam informação epidemiológica com dados sobre a mobilidade dos portugueses – com recurso ao histórico de localização da Google – não indiciam a existência de uma correlação positiva entre o aumento de novos casos e o atual momento de desconfinamento.

Pedro Simões Coelho garante que "não existem diferenças significativas entre as regiões do país, no que diz respeito ao aumento da mobilidade dos portugueses" o que prova duas coisas. Por um lado, "o desconfinamento não trouxe riscos acrescidos ao crescimento da epidemia", mas o caso de Lisboa evidencia que "se não tivermos determinados cuidados facilmente poderão aparecer outros surtos localizados no resto do país".

A região de Lisboa e Vale do Tejo tem vários focos identificados, em algumas empresas da Azambuja e em três bairros da margem Sul, entre os quais o Jamaica.

Simões Coelho conclui que este estudo "reforça uma mensagem muito importante que é: podemos desconfinar, podemos aumentar a nossa mobilidade, o mais importante é termos responsabilidade social e termos atenção aquilo que fazemos quando estamos desconfinados".

Impedir que as pessoas se concentrem em cafés é uma das medidas admitidas pelo delegado de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, para contrariar o aumento do número de contágios em bairros mais desfavorecidos da Grande Lisboa.

A associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, defendeu esta quarta-feira que o bairro, mais conhecido como Jamaica, deveria ser “isolado” e limitado aos moradores, responsabilizando as “pessoas que vêm de outros concelhos” pelo foco de infeção de Covid-19.

Mapa da Covid-19

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  • Quartzl
    28 mai, 2020 14:41
    "...não há correlação entre a aumento do número de casos e a atual fase de desconfinamento...." Não há correlação? ou não há causalidade? Como pode ser isso? Em confinamento os números seriam os mesmos?

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