31 mai, 2020 - 15:30 • Lusa
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou, este domingo, o apelo à população para que não se passe "do 8 para o 80" nas medidas de prevenção da covid-19, alertando para os riscos da imagem do país "cá dentro e lá fora".
Em declarações aos jornalistas, depois de participar numa celebração religiosa na Mesquita de Lisboa, Marcelo voltou a dirigir um apelo especial aos mais jovens para que pensem que "um terço da população portuguesa é de risco", entre pessoas idosas ou com problemas de saúde.
"Até para pensarem no seguinte: nós precisamos de solidificar a imagem cá dentro e lá fora de que este processo é irreversível, não vai conhecer recuos, não levanta dúvidas e objeções, para querermos ter turismo, investimento, para querermos ter pessoas que possam vir e circular cá dentro e lá fora", salientou.
O chefe de Estado alertou que se Portugal continuar a ter "picos de infetados", apesar de não se traduzirem em aumento de internados ou de pessoas nos cuidados intensivos, fica "uma imagem que não dá segurança cá dentro e permite lá fora formular juízos que não correspondem ao que tem sido conseguido até agora".
"É uma questão de bom senso, de não passar do 8 para o 80. É passar do 8 para 16, depois para 24, depois para 48 e por aí adiante até chegar aos 80", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade, admitida pela ministra da Modernização do Estado e da Administração Publica Alexandra Leitão, de não haver aumentos salariais na função pública em 2021 ou até de congelamento de carreiras, o chefe de Estado escusou-se a comentar para já esses temas.
"Eu não gostava de estar a comentar esta matéria neste momento, primeiro pelo local em que em encontro, pelo significado que tem a minha presença aqui e também porque isso terá de ser ponderado no quadro do orçamento suplementar, que ainda está a ser preparado", disse.
Numa entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Alexandra Leitão disse que não espera que, no quadro da pandemia de covid-19, haja uma política de redução de rendimentos, mas quanto a um eventual congelamento das progressões de carreira na Administração Pública afirmou que é uma questão que "não está em cima da mesa", mas admitiu que essa possibilidade, depende do evoluir da situação económica e não pode ser excluída "liminarmente".
Alexandra Leitão assumiu também que não pode garantir que seja possível manter o compromisso do aumento salarial de 1% para a função pública previsto para 2021.