02 jun, 2020 - 10:08 • João Cunha
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A procura pela Linha SNS 24 tem vindo a descer. Mês após mês, são cada vez menos os que procuram este serviço que a triagem dos doentes de acordo com a situação clínica e os encaminha para o nível de cuidados adequados.
Os números são dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. “Em média, o número de chamadas atendidas em março foi de 11.907, em abril de 9.050 e no mês de maio desceu para os 6.190”, indica à Renascença Luís Goes Pinheiro, presidente do conselho de administração daqueles serviços.
Na última semana, “houve uma diferença em torno das 200 chamadas, o que não é relevante”, acrescenta, considerando que, apesar dos novos focos, a região de Lisboa e Vale do Tejo está em linha com o que se passa no resto do país.
Só em dúvidas sobre a Covid-19, o SNS 24 recebeu, em março, uma média de 1.400 chamadas por dia. Desde então, o número tem descido: 595 chamadas em abril e 340 em maio (média).
A estabilização em baixa do número de chamadas fica a dever-se a vários fatores. Em primeiro lugar, “há imensos casos por dia e há muito mais informação. As pessoas atualmente sabem muito mais sobre a pandemia do que sabiam há dois meses”, diz Luís Goes Pinheiro, para quem “os órgãos de comunicação social” foram uma importante ferramenta de informação.
O secretário de Estado recorda que a ferramenta se(...)
Haverá ainda “muito maior tranquilidade, porque as pessoas têm a certeza que vão ser atendidas de forma célere quando ligam”.
Por fim, a ferramenta TraceCovid. “Tem contribuído bastante, já que as pessoas, ao receberem um contacto diário do seu médico de família, se sentem muito mais tranquilas”.
Na opinião do presidente do conselho de administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, o bom funcionamento da Linha SNS 24 alterou a forma como os doentes recorrem ao Serviço Nacional de Saúde.
“As pessoas sentem que o primeiro sítio onde se devem dirigir é à Linha SNS 24. Isso é algo que mudou com a pandemia; mudou a forma como as pessoas olham para esta linha e mudou a notoriedade da mesma”, defende.
Acrescenta Luís Goes Pinheiro que “não tentarmos tirar partido daquilo que de bom tem sido feito para atacar e combater esta pandemia, para lá da mesma, não é muito inteligente da nossa parte”.
Apesar de não ser ainda uma ferramenta muito utilizada, as teleconsultas estão a aumentar de forma célere. “E, a partir de finais de junho, queremos ter cobertura nacional desta ferramenta, para que possa ser utilizada de forma reiterada por médicos e utentes”, anuncia o presidente dos Serviços Partilhados.
Luís Goes Pinheiro sublinha, contudo, que a ferramenta mais utilizada tem sido a TraceCovid, que desde dia 26 de março já registou um milhão e 100 mil telefonemas de vigilância e acompanhamento dos médicos aos utentes.
Com um possível aumento da utilização deste recurso, poderá ser necessário garantir sistemas informáticos capazes de permitir essa procura.
“Neste momento, estão preparados para a procura que tem. O que temos de tentar garantir a todo o tempo é que, se essa procura subir, os sistemas informáticos se adaptam e respondem da melhor maneira possível”, conclui.