04 jun, 2020 - 22:54 • Lusa
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O primeiro-ministro considerou esta quinta-feira que a decisão do Presidente da República de assinalar o 10 de Junho "com enorme sobriedade" é um sinal de respeito pelos cidadãos no momento "particularmente emotivo" que o país atravessa.
António Costa fez este elogio à forma como Marcelo Rebelo de Sousa pretende comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, na parte final de uma entrevista que concedeu, em São Bento, à TVI e que foi conduzida pelos jornalistas Sérgio Figueiredo e José Alberto Carvalho.
Confrontado com o facto de o chefe de Estado ter limitado as comemorações à presença simbólica de oito convidados, António Costa referiu que "o Presidente da República exerceu o seu direito e o seu poder para definir quais as regras do 10 de Junho", tendo consultado o Governo.
Segundo o primeiro-ministro, o Presidente da República "quis dar um sinal de sobriedade especial na comemoração deste 10 de Junho, não só por razões de saúde pública, mas também porque o país vive um momento particularmente emotivo".
"Entendo que a decisão do Presidente da República de celebrar o 10 de Junho com uma enorme de sobriedade é um gesto de respeito por todos e que é muito importante", salientou.
O primeiro-ministro disse depois que "chegará um momento em que se consagrará um dia de luto nacional de homenagem a todos os que sofreram e têm sofrido - muitos deles numa fase muito difícil onde até a assistência aos funerais era extremamente difícil".
"Acho que devemos ter respeito por este momento que o país vive de sofrimento pela doença, pela situação económica e pela situação social", reforçou o primeiro-ministro.
Ainda sobre a cerimónia do Dia de Portugal deste ano, António Costa advertiu que não pretende ser "porta-voz" de terceiros, mas assumiu a sua convicção pessoal de que o Presidente da República "quis com esta forma excecionalmente sóbria de celebrar o 10 de Junho sinalizar quer o respeito por quem está de luto ou se encontra a sofrer, quer relembrar a todos que, apesar desta fase de desconfinamento, ainda não se pode voltar ao normal".
"Um dos fatores de maior risco são as festas Covid. Há aqui uma coisa perigosa: Como os mais jovens foram ouvindo que têm menores riscos de contaminação, sentem menor riscos – uma sensação que é extremamente perigosa", vincou.