05 jun, 2020 - 09:02 • Carla Fino , Marta Grosso
Mais de 500 quilos de resíduos todos os anos por habitante, um desperdício de água na ordem dos 30% nas cidades e 456 espécies ameaçadas de extinção são alguns dos números que a associação Zero dá a conhecer e que quer alterar.
“Os resíduos, nós temos agora uma produção maior que já chega às praias de máscaras, de luvas que as pessoas nem no lixo colocam. Já estamos a piorar novamente a qualidade do ar, a aumentar novamente as emissões”, afirma à Renascença Francisco Ferreira, dirigente daquela associação ambientalista.
Nesta sexta-feira, assinala-se o Dia Mundial do Ambiente e a Zero alerta que, passados os primeiros efeitos positivos, a pandemia não está a fazer muito pelo ambiente.
“Se não aprendemos realmente com aquilo a que fomos obrigados nos últimos três meses a mudar, arriscamo-nos, e de forma muito mais violenta, nos próximos anos a ter que enfrentar uma crise ambiental que está anunciada, que está confirmada e que nós deveríamos precaver”, avisa o ambientalista.
Papa
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Por isso, e para assinalar este dia, a Zero identificou 12 números que terão de ser mudados e que ficaram aquém das expectativas. Por exemplo, as metas em relação à qualidade do ar, à reciclagem e à produção de lixo.
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Em Dia Mundial do Ambiente, a Zero alerta ainda para a emergência das alterações climáticas que, ao contrário da pandemia, têm efeitos lentos e a longo prazo.
“As alterações climáticas são uma emergência em câmara lenta”, destaca Francisco Ferreira.
“Se conseguimos mobilizar recursos para a pandemia, temos de estar conscientes que, em relação ao clima, a dimensão da catástrofe é muitíssimo maior, só que mais lenta. E não é fácil encontrarmos – eu diria que é mesmo impossível encontrarmos – uma vacina ou um medicamento que resulte num prazo relativamente curto”, sustenta.
“O clima, para voltar depois atrás em termos de temperatura, demora uma a duas décadas”, sublinha o ambientalista.
Francisco Ferreira diz que é urgente evitar catástrofes futuras no clima, a bem de todos.