10 jun, 2020 - 14:23 • Redação
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai condecorar os profissionais de saúde que trataram o primeiro doente com Covid-19 em Portugal, um gesto simbólico que pretende abranger todos os médicos, enfermeiros e outros profissionais que estão na primeira linha do combate à pandemia.
Marcelo Rebelo de Sousa fez o anúncio no discurso do 10 de Junho, Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, numa cerimónia realizada no Mosteiro dos Jerónimos, perante um número reduzido de convidados.
A situação de desconfinamento em que Portugal se encontra, passados três meses de se terem detetado os primeiros casos de Covid-19 no país, só foi possível, entre outros fatores, porque no setor da Saúde houve “heroísmo ilimitado a fazer de carências e improvisos excelência e salvaguarda de vida e saúde”, afirma o Presidente da República.
Marcelo aproveitou para anunciar que vai homenagear “heróis da Saúde” que trataram o primeiro doente em Portugal, a quem vai entregar dentro de dias “as simbólicas insígnias da Ordem do Mérito”.
Com este gesto, o chefe de Estado pretende abarcar “milhares e milhares de heróis, centenas e centenas de serviços e unidades de saúde”.
Não podendo galardoar todos, escolheu aqueles que” trataram o primeiro doente com Covid-19, um médico que acompanhou, o enfermeiro que cuidou, a técnica de diagnóstico que examinou, a assistente operacional que velou”, explicou o Presidente, que também anunciou uma “cerimónia ecuménica de crentes de várias crenças e de não crentes” para “homenagear os mortos, envolvendo as suas famílias no calor humano de que foram privadas semana após semana”.
“Mas só serão justas estas homenagens - que não esquecem os compatriotas que lá fora morreram, sofreram e trabalharam neste tempo inclemente - se elas nos acordarem para o que temos de fazer”, avisa Marcelo Rebelo de Sousa.
No seu discurso, o Presidente da República alertou que "Portugal não pode fingir que não existiu e existe pandemia, como não pode fingir que não existiu e existe uma brutal crise económica e financeira".
O cardeal D. Tolentino Mendonça presidiu às comemorações do 10 de Junho deste ano, alteradas e muito condicionadas devido à pandemia.
Na sua intervenção, o cardeal pediu mais atenção aos idosos, que considera as grandes vítimas da pandemia de Covid-19, e aos jovens adultos que enfrentam a segunda crise económica das suas vidas. D. Tolentino também chamou a atenção para a questão da integração, elogiando a regularização extraordinária de imigrantes decidida pelo Governo no início da pandemia.