13 jun, 2020 - 09:00 • João Cunha
Na mesma semana em que a estátua do padre António Vieira, em Lisboa, foi vandalizada com a palavra "descolonizar" pintada a vermelho, vários murais e edifícios em Lisboa foram vandalizados com mensagens "racistas e xenófobas".
Um dos murais vandalizados está na Amadora e evoca os 30 anos do assassinato de José Carvalho, dirigente do Partido Socialista Revolucionário, vítima de um grupo neonazi no pós-25 de Abril.
Num texto intitulado, “Precisamos de falar sobre o raide de pichagens de extrema-direita”, o bloquista Fabian Figueiredo relata a onda de vandalismo em Lisboa e arredores. “Em Loures, escreveram palavras de ordem de ódio racial no Centro de Acolhimento para Refugiados da Bobadela e nas escolas secundárias da Portela e de Sacavém.”
No Centro de Acolhimento para Refugiados foram escritas "palavras de ódio racial, que levaram aquele organismo, através das redes sociais, a repudiar estes atos.
"Na sequência dos atos de xenofobia e de racismo expressos nos muros externos vandalizados do Centro de Acolhimento para Refugiados na Bobadela, durante a última madrugada, o Conselho Português para os Refugiados manifesta sua preocupação e repudia veementemente qualquer atitude de violência e de ódio na sociedade portuguesa”, pode ler-se.
Palavras de ódio racial foram também escritas nas paredes da escola Eça de Queiroz, nos Olivais.
"Esperemos que os autores destes atos de vandalismo e de promoção do ódio social e racial sejam identificados e levados à justiça. As nossas cidades não devem dar um milímetro de espaço a quem pretende promover as mais tenebrosas ideias da nossa história contemporânea", afirma Fabian Figueiredo, da Comissão Política do Bloco de Esquerda, no texto do Facebook.
Já a sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, também foi vandalizada no início da semana.
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