Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Eduardo Cabrita

​Migrações: Portugal “não deve cair no ridículo” ao falar em rede ilegal para o Algarve

16 jun, 2020 - 19:05 • Lusa

“Estando a falar de quatro desembarques desde dezembro de 48 pessoas devemos ter alguma dimensão do ridículo quando compararmos com aquilo que são 7.500 chegadas a Espanha desde janeiro", diz ministro Eduardo Cabrita.

A+ / A-

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, afirmou esta terça-feira que Portugal “não deve cair no ridículo” ao considerar que existe uma rede de migração ilegal para o Algarve, tendo em conta que desde dezembro desembarcaram 48 imigrantes.

“Não dramatizo aquilo que vejo ser muito discutido, nós não devemos cair no ridículo, devemos antecipar e ter rigor na investigação”, disse Eduardo Cabrita na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

O ministro respondia ao deputado do CDS-PP Telmo Correia sobre os 22 migrantes, oriundos do Norte de África, que foram detetados na madrugada de segunda-feira numa embarcação ao largo de Quarteira, no Algarve, totalizando 48 os imigrantes ilegais que chegaram a esta zona do país nos últimos seis meses.

“Estando a falar de quatro desembarques desde dezembro de 48 pessoas devemos ter alguma dimensão do ridículo quando compararmos com aquilo que são 7.500 chegadas a Espanha desde janeiro, mesmo com uma redução significativa de chegadas verificada este ano”, precisou o governante.

O ministro frisou que os princípios em matéria de migrações “são muito claros” e passam pelo acolhimento daqueles que carecem de proteção internacional e manutenção da presença nas ilhas gregas da GNR, SEF e Polícia Marítima em missão humanitária, enquanto a imigração ilegal deve ser tratada como tal.

Eduardo Cabrita sublinhou que, neste momento, Portugal tem três acordos de migração legal pendentes com Marrocos, Índia e Moldova.

“Aquilo que queremos com Marrocos é abrir mecanismo de migração legal e preparada”, disse, sustentando que aquilo que seja imigração ilegal deve ser objeto de investigação e tratamento legal.

Uma embarcação com 22 homens, alegadamente de origem marroquina, foi intercetada na segunda-feira de madrugada quando os tripulantes se preparavam para desembarcar na Praia de Vale do Lobo, no Algarve.

Os 22 ocupantes da embarcação “alegam ser marroquinos” e terão partido da cidade de El-Jadida, em Marrocos, com destino a Portugal.

Em comunicado, o SEF adiantou que os 22 migrantes “serão hoje presentes ao Tribunal Judicial de Loulé para aplicação de medidas de coação, com vista à instauração de processos de afastamento coercivo por permanência irregular em território nacional”.

De acordo com a nota, os migrantes, todos do sexo masculino, estiveram durante o dia de segunda-feira à guarda do SEF, que desenvolveu os procedimentos para apurar as suas identidades, uma vez que chegaram sem documentos.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Ridiculo?A ver vamos
    22 jul, 2020 Algarve 13:47
    Ridículo é o sr ministro, por tentar desvalorizar o problema e não ver que isto são apenas tentativas de reconhecimento, a ver se é fácil chegar, como são recebidos, se há depois vigilância apertada ou podem por-se ao fresco ou fazer alguma coisa criminosa, etc. Continue a tentar passar-nos o atestado de estupidez e não se reúna com SEF e forças de segurança para delinear uma estratégia, não.

Destaques V+