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bastonário da ordem dos médicos

Covid-19: “Pandemia está controlada mas não acabou”

18 jun, 2020 - 15:55 • Lusa

Miguel Guimarães mostra especial preocupação com a aviação civil, "um problema que, se calhar ,vamos ter de controlar com medidas acessórias".

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O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que a pandemia da covid-19 "está controlada, mas não acabou", apelando para que ninguém facilite e defendendo medidas "mais fortes" para aviões e aeroportos.

"Esta pandemia está controlada, mas não acabou. Não podemos facilitar. Quando facilitamos os surtos acontecem. Temos de manter as medidas preconizadas pela Direção-Geral da Saúde e temos o problema dos aviões, o que daria para falar muito tempo. São um problema que se calhar vamos ter de controlar com medidas acessórias", declarou Miguel Guimarães, esta quinta-feira, no Porto, após uma visita ao Hospital de São João.

O bastonário da Ordem dos Médicos disse que "nos aeroportos claramente vão ter de ser implementadas medidas mais fortes" e lembrou que "se nos aviões não há distanciamento social", terão de ser encontradas "outras regras".

"As companhias aéreas são empresas que colocam a segurança ao mais alto nível e podem encontrar alternativas para aumentar a segurança. As pessoas que estudam isto vão ter de encontrar medidas e vão ter de se fazer inquéritos epidemiológicos, podem-se fazer testes e regras grandes num avião. Num voo intercontinental não se pode dar de comer às pessoas todas de uma vez", exemplificou.

Questionado se considera que Portugal está preparado para uma segunda vaga do surto pelo novo coronavírus, Miguel Guimarães foi direto na resposta afirmativa, falou no reforço dos hospitais, no conhecimento "maior que o mundo vai tendo sobre a doença", e no Dia do Médico recordou o "grande desafio" que está a constituir esta pandemia, elogiando, aplaudindo e agradecendo aos profissionais de saúde.

"A Ordem dos Médicos na reunião do conselho nacional aprovou uma homenagem grande que vamos fazer a todos os médicos que irá ficar para a história, pedirmos uma escultura como homenagem a todos os médicos portugueses", revelou.

Miguel Guimarães falava aos jornalistas no Porto, à saída de uma visita aos Hospital de São João, unidade hospitalar que recebeu a 2 de março o primeiro caso de covid-19 em Portugal e na qual, de acordo com dados transmitidos hoje pela Ordem dos Médicos, "à altura do pico" chegaram internados 200 doentes ao mesmo tempo, 80 doentes críticos, cerca de 60 em cuidados intensivos e 20 em cuidados intermédios.

"Seguramente este é o hospital que mais testes fez nas suas instalações e o que teve mais doentes. Tratou 2.030 doentes, seguiu em ambulatório 1.700 doentes, teve 1.040 internados e 130 em cuidados intensivos. O Hospital São João representa hoje todos os hospitais portugueses e os médicos que cá trabalham representam todos os médicos portugueses. Hoje quero-lhes agradecer o trabalho magnifico que fizeram e a capacidade de liderança que existiu", disse Miguel Guimarães num Dia do Médico diferente depois de terem sido canceladas as comemorações agendadas para Lisboa e Porto.

Portugal regista hoje mais um morto relacionado com a covid-19 do que na quarta-feira e mais 417 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Os dados da DGS indicam um total de 1.524 mortes relacionadas com a covid-19 e de 38.089 casos confirmados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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