22 jun, 2020 - 17:15 • Lusa
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A diretora-geral da Saúde alertou esta segunda-feira que as “regras de convívio” para evitar o contágio da Covid-19 são aplicáveis tanto ao vizinho como ao “concelho ou país do lado” e implicam evitar “demasiada proximidade” entre pessoas.
“O vírus circula. Por mais que se faça, vai haver casos. Recorrendo à analogia dos incêndios, nós somos a palha. Se o vírus se aproximar de nós, vai-nos contagiar. A única forma de evitar o contágio é minimizar o contacto com os outros. Daí também a importância da rapidez [na comunicação às autoridades], de não deixar arrastar sintomas”, afirmou Graça Freitas na conferência de imprensa sobre a pandemia.
Questionada sobre a possibilidade de as férias, nomeadamente escolares, levarem a um aumento de casos, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) notou que “há regras de convívio, seja com o vizinho, com o concelho ou com o país do lado” e uma delas é que “diferentes grupos [de coabitantes] não devem conviver de perto”.
“Não tenho qualquer problema em pedir às pessoas que se afastem de mim se achar que estão muito próximas. Porque posso contagiá-las ou porque me podem contagiar. Vejo pessoas a falar veementemente em direção ao outro e isso não é adequado. É precisa etiqueta respiratória”, observou Graça Freitas.
A responsável da DGS lembrou ainda a regra de “evitar partilha física”, sejam “abraços, beijos”, seja a “proximidade” ou “troca de objetos”.
“É óbvio que os grupos de jovens, deixando de estar na escola [devido às férias], passam a estar em outros locais. Mas há regras de convívio. Ninguém impede que as pessoas convivam. Mas com regras”, frisou.
Graça Freitas ressalvou que o contágio não depende das férias, porque o distanciamento é “algo que se treina sem sair do bairro ou da vizinhança”.
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A responsável da DGS notou ainda que existem “cinco grupos de medidas” para evitar o contágio da Covid-19.
“O distanciamento social, a higiene das mãos, o uso de máscara, a etiqueta respiratória a tossir, mas também a falar e a desinfeção das superfícies”, descreveu.
“Isto é válido para qualquer freguesia”, notou, respondendo a questões sobre a eventualidade de medidas específicas para as freguesias de alguns concelhos de Lisboa que, segundo anunciou hoje o primeiro-ministro, se vão manter em estado de calamidade independentemente da decisão a tomar para o território nacional.
Graça Freitas apelou ainda para “rapidez” na comunicação de sintomas às autoridades de saúde, e de casos, por parte de “médicos e laboratórios”.
“Quanto mais rapidamente notificarem as autoridades, mais rapidamente se pode ir à procura dos seus contactos. E todos devem ficar em confinamento durante 14 dias”, recomendou.
“Não sair. Se não, estarão a pôr em risco outras pessoas”, vincou.
De acordo com a responsável, “prevenir, agir rapidamente e confinar” são “as grandes regras para minimizar o impacto de uma doença contagiosa como a covid-19”.
O Governo vai aplicar a partir de terça-feira a toda a área metropolitana de Lisboa as principais novas medidas de confinamento obrigatório, designadamente as referentes a estabelecimentos e à imposição de um limite para ajuntamentos.
Portugal contabiliza pelo menos 1.534 mortos associados à covid-19 em 39.392 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).