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Covid-19. Situação portuguesa deve ser vista por emissores de turistas como "dinâmica"

29 jun, 2020 - 14:19 • Lusa

Secretária de Estado adjunta e da Saúde diz que “todos os dias é feito um esforço de demonstrar, explicar e propor qualquer ajuste” que seja necessário fazer para “garantir a segurança de qualquer cidadão que venha de outro país".

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A secretária de Estado adjunta e da Saúde disse, esta segunda-feira, que o Governo está em contacto com os países emissores de turistas para que a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal seja encarada como “dinâmica” e sob permanente avaliação.

Questionada pelos jornalistas sobre a possibilidade de Portugal não ser incluído na lista de países considerados seguros, nomeadamente pelo Governo britânico, Jamila Madeira afirmou que o Governo tem trabalhado para que a “observação” da realidade portuguesa “seja vista como ela é, dinâmica”.

Após uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), a propósito da aquisição de 30 novos ventiladores, a governante afirmou que “cabe às autoridades e a todos os portugueses” terem um comportamento que “permita às autoridades diplomáticas e de saúde “demonstrar com números” aos outros estados a realidade e a “confiança que podem também transmitir aos seus cidadãos”.

Jamila Madeira garantiu que, em termos diplomáticos e, também, de saúde, “todos os dias é feito um esforço de demonstrar, explicar e propor qualquer ajuste” que seja necessário fazer para “garantir a segurança de qualquer cidadão que venha de outro país, porque são aqui bem acolhidos, tão bem como os portugueses”.

O governo britânico divulga hoje a lista de países que serão incluídos nos primeiros “corredores aéreos” com o Reino Unido a partir do início de julho, havendo ainda dúvidas quanto à inclusão de Portugal.

O Governo britânico está a avaliar a criação de "corredores de viagem" com uma série de destinos para que os britânicos possam ir de férias sem precisar de cumprir a quarentena de 14 dias no seu regresso ao Reino Unido atualmente em vigor.

Na sexta-feira, o ministro da Administração Interna português, Eduardo Cabrita, disse que "não há nenhuma razão" para a aplicação de quarentena no regresso ao Reino Unido, mas não quis antecipar o anúncio do Governo britânico sobre o corredor aéreo com Portugal.

Portugal é um dos países que tem manifestado interesse em negociar um "corredor aéreo" com o Reino Unido para poder receber turistas britânicos, que representaram quase 20% do total em 2019.

Relativamente à nomeação de um novo conselho de administração para o CHUA, cujo mandato terminou em dezembro de 2019, Jamila Madeira remeteu o anúncio para a sua publicação em Diário da República, numa “decisão que cabe à ministra da Saúde”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 500 mil mortos e infetou quase 10,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.564 pessoas das 41.646 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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  • José J Cruz Pinto
    29 jun, 2020 ILHAVO 17:46
    A situação é de facto dinâmica, como se pode ver (incl. pelos "emissores de turistas") pelo gráfico do número médio de novos casos ao longo de há quase dois meses (!), e ela é bem caracterizada (de forma aliás muito benevolente) por uma "rampa positiva", i.e. crescente, ainda por cima ela própria em já aparente aceleração (se a olharem de pé, com o gráfico devidamente orientado). Dá para entender? Não há melhor "desenho" que a própria rampa! Só que (sem querer exagerar no volume de "areia") o resultado é o crescimento ainda mais acelerado do número acumulado de infectados, contrariamente ao que vinha acontecendo antes do início de Maio (quando ainda tínhamos o benefício de sermos um "exemplo para o mundo". A questão é quantos haverá que queiram candidatar-se a visitar um país onde o número de novos infectados aumenta (em média) de dia para dia, ainda que muitos recuperem (sem se saber como ficam).

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