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Quase 40% dos restaurantes tenciona avançar para insolvência

02 jul, 2020 - 18:42 • Lusa

Segundo a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, "a esmagadora maioria não irá conseguir suportar os encargos habituais, como pessoal, energia, fornecedores e outros, a partir do mês de julho".

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Quase 40% das empresas de restauração e bebidas e 18% do alojamento turístico tencionam avançar para insolvência, de acordo com o inquérito mensal da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) hoje divulgado.

"No setor da restauração e bebidas, 38% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que a esmagadora maioria refere que não irá conseguir suportar os encargos habituais, como pessoal, energia, fornecedores e outros, a partir do mês de julho", lê-se no comunicado.

"Para as empresas inquiridas, a faturação do mês de junho foi dramática, com mais de 24% das empresas a registarem perdas superiores a 40%, 22% com quebras homólogas superiores a 60% e 12% com uma quebra acima dos 90%", acrescenta.

De acordo com inquérito da AHRESP, o acesso ao 'lay-off' simplificado para apoio ao pagamento de salários "tem sido uma constante desde abril", sendo que "mais de 87% das empresas recorreram a este mecanismo, tendo 93% prorrogado para maio, 76% para junho, e cerca de 69% tenciona prorrogar para julho".

Sem o 'lay-off' em julho, "mais de 54% das empresas referem que não terão condições para pagar salários no final do mês".

Em relação aos salários de junho, "o inquérito revela que mais de 17% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento e 15% só pagou parcialmente".

O inquérito da AHRESP adianta ainda que "mais de 22% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano, e 70% das empresas ainda não sabem se vão conseguir manter o total dos seus trabalhadores".

Já no que respeita às empresas de alojamento turístico, "até ao final de junho 24% das empresas continuavam encerradas e durante todo o mês mais de 47% das empresas não registaram qualquer ocupação e 41% indicou uma ocupação até 25%".

Estes resultados traduzem-se, salienta a AHRESP, "numa quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação, referida por mais de 54% das empresas".

A época alta do verão – julho a setembro – "indicia resultados muito preocupantes, pois 46% das empresas não esperam uma taxa de ocupação acima dos 25%, e cerca de 17% das empresas perspetivam uma ocupação entre 25% e 50%".

"Perante este cenário, 18% das empresas ponderam avançar para insolvência caso não consigam suportar os encargos, e 45% não sabe se avança ou não para insolvência", adianta a inquérito, referindo que o acesso ao 'lay-off' para apoio ao pagamento de salários intensificou-se desde abril".

Quarenta e dois por cento das empresas recorreram ao 'lay-off', 76% prorrogou para maio, 70% para junho, e cerca de 60% tenciona prorrogar para julho.

"Sem o apoio do ‘lay-off’ em julho, 42% das empresas referem que não terão condições para pagar salários no final do mês, sendo que mais de 27% das empresas não conseguiu efetuar o pagamento dos salários em junho e 12% só o fez parcialmente", refere o inquérito da AHRESP.

"Com esta realidade, mais de 12% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano, e 62% das empresas ainda não sabem se vão conseguir manter a totalidade dos seus trabalhadores", conclui.

O inquérito mensal da AHRESP às empresas decorreu entre 29 de junho e 01 de julho e contou com 1.418 respostas.

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